FETEMS paralisa mais de 95% das escolas públicas no MS

A FETEMS realizou uma manifestação histórica na quinta-feira (22), mais de 95% das escolas da rede pública, Estadual e Municipais, pararam suas atividades e praticamente simultaneamente os trabalhadores foram para as ruas realizar uma grande “Aula da Cidadania”, que contou com a panfletagem de um material produzido pela Federação sobre a perda de direitos propostas pelo Governo de Michel Temer (PMDB). As atividades fizeram parte do Dia Nacional de Luta.
De acordo com o presidente da FETEMS, Roberto Botareli, as ruas e as praças das cidades ficaram coloridas de faixas e cheia da garra daqueles que dedicam suas vidas para ensinar os filhos da classe trabalhadora. “Fomos a luta por nenhum direito a menos, pois nós nunca fugimos dela, sabemos que somente através da mobilização é que vamos mudar a realidade”, disse.
As atividades aconteceram em 73 municípios, onde ficam os sindicatos filiados à Federação, houve passeatas, panfletagens, atos de rua e audiências públicas. A pauta da mobilização foi:
Contra a PEC 241 – O presidente Michel Temer enviou ao Congresso Nacional a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241/2016, que congela os gastos públicos por 20 anos. Como em propostas anteriores, a exemplo do Projeto de Lei Complementar (PLP) 257/16, a medida recai sobre os trabalhadores, os servidores e os serviços públicos e, especialmente, em áreas essenciais à população brasileira como a Educação e Saúde.
Contra o PLP 257 – O Projeto de Lei Complementar 257 (PLP 257/2016) traz uma série de ataques aos direitos dos trabalhadores, principalmente servidores públicos – federais, estaduais e municipais. Ele faz parte do pacote de ajuste fiscal iniciado pelo governo, no final de 2014. As medidas, que buscam manter o pagamento de juros e amortizações da dívida ao sistema financeiro e aumentar a arrecadação da União, atingem diretamente o serviço público e os programas sociais.
Contra a PL 4567 – A nossa luta é para que o Pré-Sal não seja entregue às multinacionais. Liberar a operação do Pré-Sal é o primeiro passo para acabar com o regime de partilha, conquistado a duras penas pelo povo brasileiro para que o Estado possa utilizar os recursos do petróleo em benefício da população, como o investimento de 75% dos royalties do petróleo para a educação e 25% para a saúde. Não podemos permitir que a maior reserva de petróleo da atualidade seja entregue à exploração predatória das multinacionais.
Contra a Lei da Mordaça – A escola deve ser um ambiente de prática libertadora, onde todos podem se colocar, se contrapor, a partir da pluralidade de temas – com respeito às minorias e de combate a todo tipo de discriminação, seja de etnia, gênero, orientação sexual, religião, estilo de vida. Só que não é o que estabelece um Projeto de Lei intitulado de “Escola Sem Partido”, preferimos chamar de “Lei da Mordaça”, pois tenta usurpar o pensamento crítico do ambiente escolar.
Em defesa da Lei do Piso – A ideia de Temer é modificar a Lei n° 11.738/2008 e criar um programa batizado de “Travessia Social”, que daria ‘bônus’ aos docentes que ‘melhorassem’ o desempenho dos alunos e também ‘aperfeiçoassem’ suas práticas pedagógicas.