Fechamento de agências de bancos públicos prejudica os mais pobres

Em audiência pública na Câmara dos Deputados nessa quinta-feira (5), o presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília, Eduardo Araújo, afirmou que o descontrolado fechamento de agências de bancos públicos nas diversas regiões do país tem reflexo imediato na população mais carente economicamente. Isso porque inviabiliza a distribuição de recursos, precariza o atendimento bancário e enfraquece os bancos.
A lógica de fechamento dessas agências faz parte de uma ofensiva privatista sobre os bancos públicos federais, estaduais e de fomento, segundo comprovaram os representantes dos bancários na audiência.
“Os bancos privados se concentram nas grandes cidades, não têm interesse em atuar nos rincões do país. Nesses lugares, o acesso aos serviços bancários só chega por meio do banco público. Não fosse o desmonte das instituições públicas, que já demonstraram capacidade de avançar ainda mais, tomariam o lugar dos bancos privados”, destaca Eduardo Araújo.
Só no Banco do Brasil, de janeiro a maio deste ano, foram fechadas 929 agências no país, com redução de quase 10 mil postos de trabalho. No dia em que se comemora o Dia do Bancário, em 28 de agosto, a Caixa divulgou que fecharia mais de 120 agências, afetando mais de 4 mil empregados e empregadas.
Para o presidente da Fetec-CUT/CN (Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte) , Cleiton dos Santos, que também foi expositor na audiência, “à medida que os bancos reduzem o número de agências para atender à população, a qualidade do atendimento fica comprometida. A nova modalidade de privatização dos bancos públicos passa pelo sucateamento, abrindo espaço para que os bancos privados atuem onde as instituições públicas deveriam estar”.
O Sindicato dos Bancários de Brasília sugeriu, durante a audiência na Câmara, encaminhar o debate à Comissão de Direitos do Consumidor da Câmara. A entidade também propôs iniciar uma campanha pela democratização do Conselho Monetário Nacional (CMN), já que o órgão só tem representantes do mercado financeiro.
Fonte: CUT Brasília, com Sindicato dos Bancários de Brasília