Estudantes do CEM 414, de Semambaia Norte, participam de aula pública sobre privatização da Eletrobras

Cerca de 150 estudantes do Centro de Ensino Médio (CEM) 414, em Samambaia Norte, participaram, na manhã desta quinta-feira (17), de uma aula pública aberta sobre a história da criação das empresas estatais brasileiras e das privatizações. A aula pública contra a privatização da Eletrobrás e com o intuito de mostrar que energia não é mercadoria foi realizada na Subestação de Furnas, localizada na QN 214, Samambaia Norte, e transmitida, ao vivo, pelo Facebook.
“Ressaltamos a importância do empoderamento de nossos estudantes a partir de informações que lhes são dadas da fonte, de quem de fato protege a estatal: a classe trabalhadora do setor energético, no que diz respeito à segurança, às estratégias e à soberania nacional. Contextualizar a metodologia pedagógica à nossa realidade, do sucateamento para justificar as privatizações”, afirmou Jucimeire Barbosa da Silva, diretora de Raça e Sexualidade do Sinpro-DF.
Julimar Roberto de Oliveira Nonato, secretário de Administração e Finanças da CUT Brasília, também participou e, segundo ele, trata-se de um debate importante sobre a privatização das empresas estatais brasileiras, em especial da Eletrobrás. “Citamos a importância das estatais para o povo, uma empresa nacional, um patrimônio público, que o governo golpista e ilegítimo de Michel Temer está tentando vender a preços bem baratos. Aliás, estão tentando doar nosso patrimônio para países imperialistas riquíssimos e para multinacionais estrangeiras”.
Fabíola Latino Antezana, diretora do STIU-DF e integrante do Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE), foi a palestrante, e disse que a atividade tem o propósito de despertar a juventude para o que irá acontecer após a privatização da Eletrobras. “Estamos mostrando os impactos da privatização na sociedade, como o aumento tarifário que está se desenhando; a perda de um grande campo de emprego, porque as nossas empresas contratam engenheiros, eletrotécnicos, técnicos de diversas áreas, profissionais da área ambiental, químicos, pessoal da área administrativa. É um campo de trabalho imenso que irá se fechar com a privatização”.
David Horn Pureza, professor de história no CEM 414, de Samambaia Norte, informou que, “no 3º Ano do Ensino Médio a gente estuda a questão da criação das empresas nacionais, no segundo governo Vargas, e agora estamos diante da ameaça do fim dessas empresas ou, pelo menos, da sua privatização. Então, não adianta a gente estudar história somente com o que se passou, mas com o que está agora”.
Ele explicou também que, “agora, estamos sob os comandos de um governo golpista, que não foi eleito e não foi eleito para fazer essas privatizações, deu um golpe; e a gente tem de reagir mobilizando a sociedade e explicando que essa privatização, além dos prejuízos para os próprios trabalhadores da Eletrobras, que perderão os seus empregos, também é um prejuízo para toda a Nação porque haverá o aumento da tarifa de energia porque empresa privada visa o lucro e, hoje, o Sistema Eletrobrás garante que os estados mais ricos ajudem na distribuição de energia para os estados mais pobres”.
E finalizou com o alerta de que, com a visão de lucro da iniciativa privada, eles, os privatistas e donos de multinacionais, não vão atender a essa característica. “As áreas rurais e as mais atrasadas e as menos desenvolvidas do país, por exemplo, sofrerão com apagões e falta de energia. A nossa iniciativa aqui em trazer os(as) estudantes é que eles encampem a luta contra o golpe e todas as medidas desse golpe. Não adianta lutar por cada uma das medidas. Tem de lutar para derrubar o golpe e isso significa restituir o poder para quem de fato foi eleito em 2014”.
Entre outras lideranças sindicais, participaram representantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), do Levante da Juventude e da deputada federal Érika Kokay (PT-DF).