Estudantes da UnB realizam ato conta EC 95


Os alunos da Universidade de Brasília (Unb) realizaram ato público nessa terça-feira (19) em defesa das universidades públicas e contra a Emenda Constitucional (EC) 95, que congela os investimentos em saúde e educação por 20 anos. A mobilização foi uma iniciativa do Comitê de Mobilização da Universidade de Brasília, uma frente mista composta por docentes, alunos, ex-alunos e trabalhadores terceirizados.
A ação aconteceu no Ceubinho, localizado no Instituto Central de Ciências (ICC Norte/UnB), e contou com a presença da Frente Parlamentar pela Valorização das Universidades Federais, da Comissão de Educação e Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal, da reitoria da UnB, além de movimentos sociais, populares e organizações sindicais.
No encontro, os alunos alertaram aos demais discentes sobre o que de fato a paralisação dos investimentos em serviços primários significa, não apenas para a UnB, mas para toda sociedade.
De acordo com a integrante do Comitê de Mobilização da universidade, Maria Cerqueira, a crise vivenciada na instituição vem de um desmonte premeditado. “Entendemos que esse debate não pode ficar somente dentro na UnB, é preciso aprofundá-lo. A Emenda 95 é mais um dos reflexos do golpe instaurado no país e tem gerado centenas demissões. Somente este ano, mais de 500 terceirizados foram mandados embora, alguns com mais de 20 anos de casa. Além disso, constantes cortes no orçamento da instituição e, até mesmo, propostas de aumento no preço das refeições no restaurante universitário estão sendo colocados em pauta. O nosso objetivo é dialogar e lutar em conjunto com trabalhadores, movimentos sociais e quem mais estiver comprometido com essa importante causa, e juntos, reverteremos mais esse ataque. Queremos uma universidade pública, gratuita, laica, autônoma e de qualidade”, afirmou.
Emocionada, a ex-aluna Elizete Sampaio, falou da importância que a Universidade de Brasília representa para ela e para a sociedade. “Participei da primeira grande greve aqui no Campus, onde eu e tantos outros sofremos com perseguição e censura. Hoje, vendo os ataques que a UnB sofre, percebo ainda mais o que ela representa e a importância de defendê-la. Se não barrarmos a EC 95, a universidade vai definhar. A UnB é um dos maiores patrimônios de Brasília, por isso, esse momento exige unidade de todos e todas para derrotarmos os projetos de privatização e congelamentos dos gastos com educação”, ressaltou.

“O momento é de mobilizar todos os setores. A EC 95 é apenas uma parte do golpe que foi aplicado no país. Um golpe que ainda caminha a passos largos, na contramão dos interesses dos trabalhadores. Precisamos lutar por um Brasil soberano. A UnB também está sendo atacada justamente porque os precursores do golpe não suportam ver a diversidade na universidade. Sou filho da classe trabalhadora e entendo o que ela representa. Mais que nunca, precisamos unificar a luta. Não aceitaremos a padronização de quem entra na UnB, muito menos a privatização, pois a UnB é um dos pilares do conhecimento”, alertou o presidente interino da CUT Brasília, Rodrigo Rodrigues.
Fonte: CUT Brasília