Estudantes chilenos fazem greve contra reforma na educação

Milhares de estudantes chilenos saem às ruas de todo o país nesta terça-feira (11) para protestar contra a reforma na educação proposta pelo governo federal. Eles exigem que a Educação seja tratada como política pública, sem o objetivo de se obter lucro, este ainda é um resquício da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).
As mobilizações compostas por milhares de estudantes ganham ainda mais força na capital, Santiago, onde eles exigem o fim do lucro na educação superior e a gratuidade como um direito. Além disso, pedem que os alunos de instituições privadas falidas ou à beira da falência sejam realocados em universidades públicas a fim de concluir a graduação sem maiores danos ao currículo.
Segundo o porta-voz da Confech (Confederação de Estudantes do Chile), Daniel Andrade, atualmente existem milhões de estudantes com dívidas impagáveis no país porque praticamente todo o sistema de educação superior é privado e extremamente caro. Segundo ele, chegou ao ponto de um colapso geracional, muitos pais ainda pagam as mensalidades de suas próprias graduações e já começaram a pagar a escola dos filhos.
Já a porta-voz da Cones (Coordenadoria Nacional de Estudantes Secundaristas), Francisca Flores, exige uma educação não sexista. “Existe a necessidade de o Estado tomar para si a responsabilidade das escolas para garantir uma educação sem discriminação e não sexista. Neste 11 de abril convidamos todos para sair às ruas, particularmente nossas companheiras, porque são as mais excluídas neste modelo educativo”.
À marcha dos estudantes vão se somar os movimentos sociais que exigem a estatização do sistema previdenciário do país, conhecido como “No + AFP” (ou seja, não mais administradoras privadas de fundos previdenciários). Esta é outra luta que tem tomado as ruas de todo o país onde o sistema de previdência é completamente privatizado desde a ditadura.
(do Portal Vermelho)