Estudante da EC 64 de Ceilândia figura em estudo da ONU

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O casamento precoce, o trabalho infantil e outras práticas que prejudicam a saúde e os direitos de meninas ameaçam a ambiciosa Agenda 2030 para o desenvolvimento global – um plano de ação para as pessoas, para o planeta e para a prosperidade.
Quem adverte é o UNFPA, Fundo de População da ONU, no relatório “Situação da População Mundial 2016”, lançado nesta semana, em Brasília.
O relatório analisa o modo como fatores cruciais tais como leis, serviços, políticas, investimentos, dados e padrões que permitam garantir os direitos das meninas com idades entre 10 anos ou mais podem determinar o cumprimento da Agenda 2030 e seus 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. De acordo com a avaliação da UNFPA, o futuro da humanidade depende de como cerca de 60 milhões de meninas que hoje têm 10 anos são apoiadas.
Estudante do DF – Para representar os diferentes contextos em que vivem as meninas de 10 anos de todo o mundo, seus desafios e oportunidades, o relatório Situação da População Mundial 2016 retrata 10 meninas de 10 anos de 10 diferentes países.
Uma delas é Samantha Borges Mota, moradora de Ceilândia, onde vive com os pais e o irmão mais novo e é aluna da 4ª série da Escola Classe 64. Ela gostaria de se casar um dia e ter dois ou três filhos, mas esse não é um objetivo próximo. “Será mais pra frente”, pondera.
Samantha gosta de estudar matemática e já foi premiada quatro vezes pelo seu desempenho escolar. Seu sonho, quando crescer, é se tornar uma policial. “Porque eu gosto dessa profissão e do que eles fazem”, explica. Se tiver as condições adequadas, Samantha certamente poderá conquistar o seu sonho. Ela gostaria de se casar um dia e ter dois ou três filhos, mas esse não é um objetivo próximo. “Será mais pra frente”, pondera.
A estudante vai ajudar a fazer com que a Agenda 2030 possa, de fato, ajudar em um desenvolvimento global no qual todos tenham seus direitos respeitados. No relatório apresentado pelo UNFPA, o argumento é que a agenda só terá sucesso caso todas as meninas que estão atualmente com 10 anos possam estar saudáveis, escolarizadas e produtivas nos próximos 15 anos.
>>> Clique aqui e acesse o relatório “10 — Como nosso futuro depende de meninas nessa idade decisiva”
Mais – Há partes do mundo onde, com 10 anos de idade, as meninas podem expandir seus horizontes e ganhar acesso a novas possibilidades. No entanto, para outras meninas da mesma idade a realidade é muito diferente, na qual as barreiras começam a aparecer no caminho para a vida adulta, com opções, escolhas e oportunidades limitadas.
“Para milhões de meninas, a chegada da puberdade marca o início de uma vida de pobreza, impotência e perda de oportunidades. Muitas se casam precocemente, engravidam, e com a gravidez vem os riscos para a saúde e o acesso limitado à educação, minando as perspectivas futuras dessas meninas e perpetuando o ciclo intergeracional da pobreza”, afirma Jaime Nadal, representante do UNFPA no Brasil.
Um em cada cinco nascidos vivos no Brasil é filho ou filha de mães com 19 anos de idade ou menos, segundo o Ministério da Saúde.
A nova agenda para o desenvolvimento, adotada pelos líderes mundiais em 2015, é o caminho para alcançar o progresso econômico e social dentro dos próximos 15 anos. A chamada Agenda 2030 busca um desenvolvimento global e equitativo, no qual ninguém seja “deixado para trás”.
Com informações do UNFPA. Foto Bento Viana