Eleição de conselheiros tutelares: exercício de cidadania

Apesar dos problemas na organização, milhares de eleitores compareceram às urnas no último domingo para eleger os conselheiros tutelares que atuarão nas cidades do DF em defesa dos direitos das crianças e adolescentes. “Foi um exercício de cidadania, as pessoas enfrentaram longas filas, muita desorganização, mas não abriram mão de dar a sua contribuição para escolher os membros do Conselho Tutelar, uma instância de participação da sociedade civil que é de fundamental importância na luta para combater a violência e ameaças físicas e morais contra nossas crianças”, afirmou Eliceuda França, coordenadora da Secretaria de Mulheres do Sinpro.
Confusão
Durante as eleições, foram registrados diversos problemas no sistema eletrônico de votação. No início da votação, o sistema ficou fora do ar. O motivo mais provável é o excesso de demanda. Com isso, o voto em cédulas teve que ser adotado, tumultuando ainda mais a votação devido à demora da chegada das cédulas nas zonas eleitorais.
Além dos imprevistos técnicos, houve reclamações quanto às filas longas e desrespeito ao atendimento preferencial (idosos, gestantes, pessoas com crianças de colo).
Alguns eleitores levantaram a possibilidade de anulação das eleições. A Secretaria de Justiça do DF (Sejus), porém, garante que isso está fora de cogitação.
Na próxima quarta-feira (7/10), haverá uma reunião entre representantes da Sejus e o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), em que será feito balanço das eleições e apresentados relatórios sobre os resultados. Os motivos para as falhas registradas ainda não foram apontados.
Insatisfação
Durante a votação, houve atrasos e muita confusão nos locais de eleição. Em pelo menos dois locais a Polícia Militar teve que ser chamada para controlar a bagunça.
O professor Nilton Ferreira, 43 anos, diz que sempre há desorganização nas eleições para conselheiros tutelares. “Foi como sempre aconteceu. Essa eleição nunca foi priorizada”.
Segundo o professor, que vota na cidade de Planaltina, as pessoas que esperaram para votar sequer tinham local adequado para esperar. As filas, muito longas, se formaram do lado de fora da escola, gerando confusão e até brigas.
O eleitor também criticou a convergência de várias zonas eleitorais em um só local. “Formaram filas enormes e a maioria das pessoas só puderam votar após as 11h, porque não havia mesários”, diz. (com informações do Correio Braziliense)