Educação no DF pode ser ainda melhor

A análise da pesquisa da Codeplan sobre a Educação Básica do Distrito Federal, em parceria com a Secretaria de Educação do DF, divulgada nesta quarta-feira (02), evidencia que a educação na Capital apresenta índices de qualidade de ensino superiores à média nacional.
O diretor do Sinpro, Claudio Antunes, coordenador da Secretaria de Imprensa, comenta que os dados analisados, referentes a anos anteriores a 2013,não são melhores em razão dos problemas estruturais nas escolas.
As ausências de laboratórios, salas de leitura, quadras cobertas, o elevado número de alunos nas classes e falta de professores na rede pública, dentre outros, são apontados pelo diretor como entraves a índices ainda melhores na educação no DF.
Apesar de tudo, Claudio Antunes assinala que o grande diferencial no Distrito Federal é a formação educacional dos professores. Segundo ele, 99% do corpo docente possui curso superior e 60% tem pós-graduação.
ESTUDO
Segundo a Codeplan, O estudo é um retrato da área e deve servir de subsídios para a melhoria do setor no DF. São inúmeras as variáveis que afetam direta e indiretamente de forma positiva ou negativa o rendimento escolar.
O estudo identifica que muitas escolas, sobretudo as públicas, dependendo do local, não possuem nem os requisitos mínimos de infraestrutura e segurança dignos de uma instituição de ensino qualificado. Promover a educação requer a garantia de um ambiente com condições para que a aprendizagem possa ocorrer.
Dentre os aspectos mais marcantes deste trabalho, relacionam−se os seguintes pontos como reflexão:
• Em 2009, 65 países participaram do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), e o Brasil ocupou o 54° lugar. Os alunos do Distrito Federal foram os de melhor desempenho no exame, comparável aos obtidos pelo Chile, país citado no relatório do Pisa com o melhor resultado entre os latino−americanos.
• Consta no Distrito Federal um total de 1.108 estabelecimentos de Educação Básica − 632 são escolas públicas distritais, 466 privadas e dez públicas federais − a maior concentração é de escolas urbanas, em torno de 97%.
• A quantidade de escolas manteve−se praticamente sem alterações nos últimos três anos, o que induz à percepção de que houve uma estagnação na capacidade física capaz de absorver a população escolar certamente crescente.
• No Distrito Federal, as matrículas registradas em 2012 mantêm a tendência de declínio verificada em 2011, reflexo da retração de 3,0% ocorrida nas matrículas das escolas públicas urbanas do governo distrital. Em 2013, confirma−se a tendência de redução das matrículas.
• As matrículas nas escolas federais urbanas, embora pouco expressivas, destacam−se pelo crescimento substancial (60% em relação a 2011), assim como foram crescentes as matrículas da rede privada e nas escolas rurais.
• No Distrito Federal, em 2011, foram registradas taxas de aprovação de 88,1% no Ensino Fundamental e 74,2% no Ensino Médio, ficando as taxas de reprovação com 10,8% e 18,5%, respectivamente. A taxa de abandono no Ensino Fundamental se mostrou pequena (1,1%), enquanto que no Ensino Médio observa−se um índice mais acentuado de 7,3%.
• A rede federal é responsável pelos melhores indicadores no Distrito Federal − em 2011, os índices de aprovação (94,2%), reprovação (5,8%) e taxa de abandono praticamente zero, tanto no Ensino Fundamental como no Ensino Médio.
• As taxas médias de distorção série−idade (percentual de alunos com idade superior à recomendada em cada nível de ensino), em 2011, no Distrito Federal, são de 17,3% para o Ensino Fundamental e de 28,0% para o Ensino Médio − resultados preocupantes especialmente quando se analisa as escolas do governo distrital, com taxas de 21,7% para o Ensino Fundamental e de 35,5% para o Ensino Médio.
• No Distrito Federal, os índices de desempenho do Ideb alcançados em 2011, no Ensino Fundamental − anos iniciais (5,7) e anos finais (4,4) −, mostram uma evolução desde 2005 e uma superação de todas as metas nos anos de 2007, 2009 e 2011. No Ensino Médio, os índices ultrapassaram as metas de 2007 e 2009 e, em 2011, manteve a taxa de 3,8 alcançada em 2009, porém um pouco abaixo da meta de 3,9 e inferior ao índice alcançado em 2007 − embora o DF tenha um dos melhores desempenhos educacionais do país, superando as notas nacionais em todas as fases do Ideb, ainda precisa melhorar, sobretudo, na segundafase do Ensino Fundamental e no Ensino Médio.
• De acordo com o MEC/Inep, são 384 escolas públicas distritais − séries iniciais. Destas, um volume expressivo de 70,8% tiveram índices abaixo das metas, 16,6% atingiram ou ultrapassaram as metas, e 12% não apresentaram o Ideb.
• Das 191 escolas que ofertam Ensino Fundamental – anos finais −, registradas pelo MEC/Inep, 45,0% alcançaram ou passaram do teto das metas do Ideb, 39,8% ficaram abaixo das metas e 15,2% sem o índice.
• Das instituições públicas estaduais que participaram do Ideb em 2011, 57 escolas do Ensino Fundamental − anos iniciais – apresentaram índices 6,0 ou superior. Destas, 22 se localizam na RA de Brasília; 12 em Taguatinga; seis em Ceilândia; três em Sobradinho; duas no Gama e no Guará e apenas uma escola nas demais cidades.
• Das escolas do Ensino Fundamental − anos finais − apenas oito escolas alcançaram índice 5,0 ou mais no Ideb de 2011 e, destas, cinco localizam-se em Brasília e 01 nas cidades de Brazlândia, Planaltina e Taguatinga.