16 dias de ativismo pelo fim da violencia contra a mulher

No último dia 20 de novembro, em audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado Federal, foi lançada a campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres. O ato contou com a presença da ministra Nilcéa Freire, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM), da diretora-executiva da Agende, Marlene Libardoni, parlamentares e homenageados da campanha, que neste ano adotou o slogan “Há momentos em que sua atitude faz a diferença. Lei Maria da Penha. Comprometa-se!”.

Dirigindo-se à mesa presidida pelo senador Paulo Paim (PT-RS) e ao plenário, a ministra Nilcéa Freire saudou as mulheres negras pela passagem do Dia Nacional da Consciência Negra.

Violência e políticas públicas

“A violência de gênero não é como as outras, ela se estrutura na desigualdade e no desequilíbrio do poder. A violência contra a mulher é a única que, de certa forma, é autorizada pela sociedade para manter a ordem machista e patriarcal”, disse a ministra ao citar resultados como o Pacto Nacional de Enfrentamento à Violência contra a Mulher e parcerias com o Ministério da Justiça e Conselho Nacional de Justiça.

Nilcéa também mencionou os assassinatos de mulheres em Pernambuco, em que a maioria das vítimas é desfigurada, e a tragédia de Santo André, em que duas jovens foram mantidas em cárcere privado, culminando com o assassinato de Eloá Pimentel. “Os ex castigam as mulheres quando elas recusam a ordem estabelecida de a mulher ser escolhida. Quando rejeitados, reagem daquela forma. A única coisa que ele [Lindemberg Alves] queria era a vida daquela jovem, porque o convívio ela havia recusado”, apontou Nilcéa ao conclamar: “não podemos marcar assassinatos com paixão. Cada um de nós pode intervir”.

Homens pelo Fim da Violência
No contexto de envolvimento de diferentes setores da sociedade para o enfrentamento à violência contra as mulheres, a ministra apresentou a campanha “Homens Unidos pelo Fim da Violência contra as Mulheres”

Poder e enfrentamento à violência
Coordenadora da Bancada Feminina na Câmara dos Deputados, a deputada federal Sandra Rosado falou sobre a presença das mulheres nos espaços de poder e decisão e o combate à violência contra as mulheres como um direito. “Nosso país assiste mulheres sendo jogadas pelas janelas, como se seus corpos fossem sacos de papel. Devemos combater essa cultura arraigada de violência contra as mulheres e queremos contar com os homens para levar a mensagem de que essa impunidade deve acabar”, afirmou a deputada.

Ativismo de senadores
Entusiasta da campanha, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) comprometeu-se em obter 100 assinaturas para a campanha “Homens Unidos pelo Fim da Violência contra as Mulheres” e convidou os senadores para ações do mesmo tipo. “Temos de romper com amigos que praticam ou são coniventes com a violência contra as mulheres, a exemplo do que fazíamos na ditadura”, declarou Cristovam Buarque.

A campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres prevê uma série de ações em todo o País para sensibilização da sociedade para atitudes que possam enfrentar a violência contra as mulheres. A mobilização se encerra no dia 5 de dezembro, véspera do Dia Nacional de Luta dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres.