Dia da Consciência Negra

Há 122 anos, com a promulgação da Lei Áurea, está extinta a escravidão no Brasil. Isso não quer dizer, portanto, que a situação de discriminação racial no país, somada à desigualdade e pobreza material da população negra, tenha deixado de ser um problema. É fato que os índices de escolaridade, renda e pobreza da população negra registraram melhoras. Mas as condições de vida dos cerca de 80 milhões de brasileiros, quase metade da população brasileira (46%), ainda está longe de ser considerada equivalente às dos brancos.
A renda dos negros no Brasil, por exemplo, chega à metade da renda que dos brancos. Na escolaridade, a discrepância também é clara: na população negra, a taxa de analfabetismo é duas vezes maior. De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), de cada dez pobres, seis são negros, o que gera um percentual de 20% de brancos para 47% de negros.
Como uma entidade que combate a desigualdade e luta por um mundo mais justo para todos e todas, a CUT-DF, todos os anos, promove diversas atividades que colocam em pauta a reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira. Neste ano, como parte das atividades que compõem a agenda para o Dia da Consciência Negra, celebrado dia 20 de novembro, a Central, em parceria com o Sindicato dos Bancários de Brasília, exibirá o documentário João Cândido e a Revolta da Chibata.
O documentário conta a história de João Cândido, líder da Revolta das Chibatas em 1910. Nessa revolta, muitos marinheiros morreram lutando contra as más condições de trabalho e contra o tratamento que sofriam por parte da Marinha de Guerra Brasileira. O vídeo abrange desde a preparação da Revolta, que durou dois anos, até o destino de cada um que sobreviveu à luta. João Candido teve um destino diferente dos outros sobreviventes por ter sido o ícone da revolta. Foi preso e torturada durante anos, mas sua resistência garantiu que vivesse, ainda que precariamente, até os 89 anos. Um dos seus maiores ensinamentos foi: lutar contra qualquer tipo de injustiça que possa haver, sobre a pessoa ou sobre um dos seus. O importante é a união.
A exibição do vídeo será no dia 25 de novembro, às 19h, no Teatro do Sindicato dos Bancários (SQS 314/315). Após o filme haverá debate com a presença da desembargadora Luislinda Valois, do Tribunal de Justiça da Bahia. A entrada é gratuita. “Apesar de a história ter acontecido em 1910, o que se vê é que ela, infelizmente, traz um enredo atual. Nós da CUT, desde sempre, trabalhamos para modificar este cenário. E, pouco a pouco, estamos avançando”, afirma Jorge Luiz Prates, da Secretaria de Igualdade Racial da CUT-DF.
Com informações do site da CUTDF