Debates marcam IV Encontro de Mulheres Educadoras

IV EncontroO IV Encontro de Mulheres Educadoras, promovido pela Secretaria de Mulheres Educadoras do Sinpro, teve início nesta sexta-feira (26) reafirmando a luta pelo fim da violência contra as mulheres e a busca pela construção de uma educação libertária e transformadora como ferramenta fundamental para alicerçar uma sociedade justa, solidária sem discriminação e preconceito. Com o tema Igualdade se Planta na Escola, o encontro, que acontece até este sábado (27), na sede do Sinpro, trouxe vários convidados que trocaram experiências e falaram sobre os avanços e as barreiras enfrentadas na luta contra o preconceito e a violência de gênero.

A primeira mesa, Por uma cultura da não violência e a consolidação da Lei Maria da Penha, contou com a presença das diretoras do Sinpro Neliane Cunha e Wiviane Farkas; da secretária de Mulheres da CUT-DF, Maria da Graça Souza; e da representante da CFEMEA, Luana Natalli. Abordando as organizações sindicais no enfrentamento à violência contra as mulheres, Graça Cunha explicou que há sete anos a sociedade comemorava a promulgação da Lei Maria da Penha, mas afirmou que mesmo com os avanços alcançados pela Lei, ainda há muito que avançar. “O Sinpro é um exemplo de luta pelo fim da violência contra a mulher, mas ainda precisamos lutar por três pontos importantíssimos: salários iguais; construção de creches públicas e um debate profundo sobre a educação integral, pontos que ajudam na luta das mulheres brasileiras”, analisou.
A representante da CFEMEA, que falou sobre racismo e violência contra as mulheres, disse que o número de vítimas de violência tem aumentado no Brasil, apesar dos avanços. “A Lei Maria da Penha ajudou na luta contra a violência, mas precisamos avançar. Parabenizo o Sinpro, que tem uma secretaria de mulheres, e também por toda a luta contra o racismo e a violência de gênero”. Coordenadora da Secretaria de Raça e Sexualidade, a diretora Wiviane Farkas disse que o Sinpro sempre levou o debate para além do Sindicato, participando de coletivos, seminários e eventos que trabalhassem a temática da luta contra a violência. “O Sinpro tem projetos que trabalham esta temática com alunos, professores e com a comunidade em geral, com objetivo de fomentar a luta contra exemplos de violência e intolerância nos mais variados segmentos”.
Na segunda mesa do dia, os convidados falaram sobre a Educação para emancipação e autonomia das mulheres. Explanando sobre Magistério – Instrumento de luta na construção da participação, formação e empoderamento político das mulheres educadoras, a vice-presidente do Comitê Regional da Internacional da Educação e Secretária de Relações Internacionais da CNTE, Fátima Silva, diz que o Brasil nunca teve tantas mulheres no cenário político e tem ganhado visibilidade em cenários que então eram reduto masculino. “Apesar de todas as conquistas, ainda há muito o que conquistar, principalmente no mercado de trabalho e nos segmentos políticos”.
Já a advogada feminista Eneida Vinhaes abordou o tema: Os avanços das mulheres e os desafios para a reforma política. “Hoje temos apenas 10% de representação feminina no Congresso. Isto mostra o quanto precisamos de uma reforma política”, salienta. A mesa foi encerrada pela fala da deputada federal Érika Kokay, que falou sobre a participação política das mulheres nos espaços de poder e decisão. Segundo a parlamentar, debates como este realizado pelo Sinpro são importantes para se entender quais são os direitos das mulheres e a partir daí lutar por suas concretizações. “A exclusão das mulheres no parlamento começa antes mesmo das urnas e é isto que precisamos mudar. Além disto, todas e todos temos a obrigação de reivindicar dignidade e respeito não só às mulheres, mas a todos os brasileiros”.
A coordenadora da Secretaria de Mulheres do Sinpro, Eliceuda França, enfatizou a importância do debate na construção de um cenário diferente para as mulheres e agradeceu a presença de todos no encontro. “Precisamos de emancipar a autonomia das mulheres não somente na politica, mas nas mais variadas ramificações da sociedade”, finalizou Eliceuda.