CUT Brasília e sindicatos definem ações para o trimestre

Em encontro ampliado que reuniu a direção executiva e estadual e os dirigentes de sindicatos filiados, nesta segunda-feira (14), a CUT Brasília debateu e definiu uma série de ações políticas e sindicais para os próximos três meses. Foram mais de 20 temas, discutidos por quase seis horas, envolvendo as comemorações do dia e mês do trabalhador, a potencialização das greves em andamento em várias categorias, as campanhas salariais futuras, a agenda de formação sindical e a divulgação para a sociedade das lutas políticas e sindicais mais amplas, como a reforma política, a democratização dos meios de comunicação e o combate aos ataques patronais (PL 4330).
“Foi um encontro proveitoso onde debatemos nossas estratégias e organizamos nossas ações”, avaliou Rodrigo Britto, presidente da CUT Brasília. Assista aqui ao depoimento do dirigente sobre a reunião.
Logo na abertura, dirigentes nacionais da CUT deram o tom do encontro. “ Nos próximos 60 dias, antes da Copa, tudo vai acontecer. Todas as categorias estão antecipando suas agendas de lutas. Mas o ano é atípico. Temos na pauta, além da Copa, o plebiscito popular pela Constituinte para a reforma política e as eleições gerais no país. Nós vamos lutar antes, durante e depois da Copa na defesa dos interesses e pela pauta dos trabalhadores”, disse o secretário nacional de Organização Jacy Afonso. “ Vivemos um momento em que querem usar a Petrobrás para desgastar o governo. O interesse por trás desse ataque é eleitoral e pelo Pré-Sal. Será uma das eleições mais difíceis. A Copa não é ruim; o Brasil já recuperou muito mais do que investiu. Somos contra, na verdade, o padrão Fifa, que representa o trabalho indecente, os gastos descontrolados, a corrupção e o Estado paralelo criado pela Fifa. Nada nos impede de continuar a luta por mais investimentos em Educação, Saúde, mobilidade urbana e todas as nossas reivindicações”, alerta Antônio Lisboa, da executiva nacional da CUT.
Algumas das questões discutidas e encaminhamentos:
Plenária da Classe Trabalhadora
: encontro amplo na primeira semana de maio para discutir a conjuntura e os desafios neste ano eleitoral, de luta pela reforma política, contra o monopólio dos meios de comunicação e pela defesa do projeto de desenvolvimento da classe trabalhadora.
Campanha contra o Projeto de Lei 4330, o PL da escravidão: A necessidade de fortalecer a mobilização contra o PL 4330 (e similares) que tramita na Câmara dos Deputados. Entidade patronal e parlamentares já anunciaram que voltarão à carga para aprovar o projeto que precariza o trabalho, possibilita as subcontratações ilimitadas e rouba direitos dos trabalhadores. Realização de seminário após a Copa para debater o projeto e retomada da pressão sobre parlamentares, cobrando compromisso contra o PL.
Comemorações relativas ao dia do Trabalhador a partir de 30 de abril, com um ato político na CUT Brasília, reunindo dirigentes e militantes e lembrando os 30 anos de fundação da Central no DF. Forte campanha de mídia em toda a capital e entorno, colocando à sociedade a pauta da classe trabalhadora. Além dos eventos programados pelos sindicatos para homenagear o dia do Trabalhador, a CUT deverá promover uma verdadeira guerrilha cultural, com artistas populares brasilienses que trabalharão, por meio das mais variadas manifestações artísticas populares, a pauta da classe trabalhadora, como a reforma política e a democratização dos meios de comunicação. Combinação de luta política e cultura.

Campanha pela Educação Pública de Qualidade
: Fortalecimento da campanha por várias ações. Jornal da CUT sobre o tema. Pressão no dia 22 durante votação do PNE na Câmara. Defesa da valorização dos servidores representados pelo SAE, Sintfub, Sinpro-NG e Sinpro-DF.
Combate à precarização, desemprego – O Sindesv combate a quarteirização dos serviços de vigilância pelas empresas promotoras de eventos, que estão utilizando mão de obra sem qualificação necessária e pagando metade do que estabelece a convenção coletiva dos vigilantes. Os bancários de Brasília estão fechando agências de negócios do Itaú que não têm vigilantes. O banco está reduzindo empregos e colocando risco a vida de bancários e usuários. Outros bancos começam a adotar o modelo. Haverá reunião dos sindicatos das categorias que trabalham nas instituições financeiras para tirar ações conjuntas. Parlamentares serão pressionados a realizar audiência pública sobre a gravidade do problema e apresentar soluções legais.
Campanha de Sindicalização – Iniciar em maio uma ampla campanha de sindicalização conjugando esta ação com formação política. Aprovado modelo de camiseta, a ser adaptada para a realidade de cada categoria, com a frase “Faça parte desse time e entre em campo para lutar por: …”
Campanhas salariais
–  Sintfub
: Entidades Cutistas encaminham documento de apoio à greve dos técnico-administrativos da UnB, em greve desde 17 de março. Sindicato promove ato no dia 25 na reitoria pelo atendimento das reivindicações da categoria e em repúdio às medidas antissindicais da UnB.
– SAE : uma pendência a resolver com o GDF, após 19 dias de acampamento diante do Palácio do Buriti. Nesta quarta, haverá reunião dos servidores do GDF com Vilmar Lacerda para tratar de auxílio alimentação. Repúdio aos secretários de governo que não respeitam o movimento sindical, deixando de negociar para assistir a jogo de futebol.
– Sinpro de Novo Gama: criação de comissão da CUT e do sindicato para cobrar respostas da Prefeitura. Professores de Novo Gama estão em greve há mais de um mês.
– Sindlurb: Campanha chegando a impasse. O piso atual de 743,00 é irrisório e as condições de trabalho precárias. Assembleia no dia 25, no Teatro Nacional.
– Condsep e Sindsep: Servidores federais que fazem plenária no dia 8 e promovem marcha no dia 7 em Brasília cobrando atendimento das reivindicações pelo governo federal.
50 anos da ditadura – Fórum pela Democracia, formado por entidades sindicais e da sociedade civil, incluiu em sua programação de repúdio aos 50 anos do Golpe Militar um ato na ponte Costa e Silva. A obra viária vai ser rebatizada com o nome de Honestino Guimarães, vítima da ditadura. CNTE desenvolve campanha para mudança em escolas que levam nomes de pessoas ligadas à ditadura militar.
Reforma Política – Oficina nos dias 26 e 27 para organizar comitês em cada sindicato.
Grito da Terra Brasil – Ocorre no dia 20 de maio, concomitantemente em todos os Estados. Aqui, em Brasília, ficará a cargo da Fetdfe a mobilização dos sindicatos de trabalhadores rurais, assalariados e dos agricultores familiares. Haverá uma negociação no dia 12 de maio com o governo sobre a pauta dos trabalhadores do campo, que visa à aceleração da reforma agrária.
Outros itens em debate – Estiveram em discussão na reunião ampliada da direção da CUT Brasília a organização da Plenária de Mulheres que será realizada como parte da Plenária Estatutária da CUT Brasília entre os dias 22 e 24 de maio.
A Plenária Estatutária incluirá em sua programação espaço para debate com movimentos sociais. Outros itens: remanejamento na direção da CUT (troca de representante do Stiu na direção estadual), novo domínio da CUT Brasília na internet, com mudança em breve de todos os emails e reforma do site; realização futuramente de seminário para discutir o movimento da juventude e a realidade dos segmentos populares, com representantes da Mídia Ninja, Central única de Favelas e Instituto Data Popular, apresentação do regulamento do Prêmio Luiz Gushiken de Jornalismo Sindical e Popular, oficina de linguagem no Sinpro com o pesquisador Vito Gianotti, do NPC; realização após a Copa de Conferência do Sistema Financeiro, Encontro do Macrossetor Comércio, Serviços e Logística, convocação do coletivo de Políticas Sociais da CUT para discutir ações relativas a direitos humanos e de acessibilidade e igualdade de oportunidades aos trabalhadores com deficiência.
Segurança pública – Por fim, será promovida reunião dos sindicatos com base no Setor Comercial Sul, Setor Bancário Sul e Conic (SDS) para promover ações cobrando mais segurança nessas áreas centrais de Brasília, com grande incidência de assaltos e roubos a trabalhadores.
Secretaria de Comunicação da CUT Brasília