Crise fecha duas das maiores, e mais antigas, universidades gregas

A Grécia, país conhecido por abrigar o que é considerada a primeira universidade da história, a Acadêmia de Platão, fundada em 387 a.C., acaba de ver duas de suas principais instituições de ensino superior declarando suspensão de atividades.

A Universidade Nacional e Capodistriana de Atenas, fundada em 1837, anunciou a suspensão de seus trabalhos alegando incapacidade de educar, investigar e gerir o funcionamento acadêmico.  Com 125 mil estudantes e dois mil professores, a Universidade Nacional é a maior e mais antiga universidade do país. A Universidade de São Paulo (USP), a maior pública do Brasil, têm em torno de 67 mil estudantes matriculados.

A Universidade Politécnica de Atenas, símbolo da resistência à ditadura militar grega que durou de 1967 a 1973, tomou a mesma decisão. O motivo foi a medida chamada de “Mobilidade Especial”, acordada com instituições financeiras internacionais, que redunda no corte de 25% do salário de 25 mil funcionários públicos, que tem oito meses para encontrar um trabalho novo ou serão demitidos.

Mais de um terço dos funcionários dessas universidades foi colocado neste regime, o que inviabilizou a continuidade das atividades acadêmicas. A Universidade de Atenas entrará com recurso em tribunais para defender seus direitos constitucionais e há uma greve de 48h marcada pelo funcionalismo público para resistir às medidas, que segundo o Conselho da Universidade Nacional, “minam a educação superior das novas gerações de gregos, a maior esperança que temos para superar a crise social e econômica que afeta nosso país.”
 
Fonte: Carta Maior