Corte no orçamento de 2009 não vai prejudicar reajuste

Tudo indica que a pressão realizada pelos servidores públicos federais sobre o governo surtiu efeito. Em pronunciamento nesta quinta-feira (19), o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, voltou a afirmar que o pagamento escalonado do reajuste salarial negociado com os diversos ramos do funcionalismo público está garantido. “Nós temos uma programação de reajuste para julho deste ano e julho do ano que vem e nós não mudamos nada, os compromissos que nós fizemos estão mantidos. Ontem eu fiz uma reunião com sindicalistas para comunicar isso, ressalvando que caso haja uma degeneração expressiva nas nossas receitas nós teremos que conversar novamente, mas, de fato, não há nenhuma mudança sobre isso”, afirmou.

Paulo Bernardo ainda projetou um corte de R$ 21, 6 bilhões no Orçamento de 2009. De acordo com o ministro, o crescimento da economia do país neste ano também teve queda: de 3, 5% para 2%, uma conseqüência da retração de 3, 6% do PIB (Produto Interno Bruto), registrada no último trimestre do ano passado. Ainda assim, o percentual supera a estimativa do mercado financeiro (0, 59%).

No pronunciamento, o ministro voltou a dizer que projetos como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), investimentos na área de educação e programas sociais também não sofrerão corte.

Luta por reajustes salariais
Ao longo de 2008, os diversos ramos do funcionalismo público acordaram com o governo reajustes salariais, de porcentagens diferentes – de acordo com a necessidade de cada um –, que seriam pagos até 2010, atingindo 1, 8 milhões de servidores entre ativos, aposentados, pensionistas civis e militares. Entretanto, o cenário de crise financeira preocupou os beneficiados.

Como parte da Campanha Salarial 2009, cerca de quatro mil servidores federais marcharam ontem (18), na Esplanada dos Ministérios. O objetivo da manifestação foi garantir o cumprimento do acordo feito com os trabalhadores, além do atendimento a outros itens da pauta de reivindicação apresentada, como a paridade entre ativos e aposentados e a aprovação da Convenção 151 da OIT (Organização Internacional do Trabalho).

Na parte da tarde, 15 representações sindicais, entre elas a CUT, participaram de uma reunião com o ministro Paulo Bernardo, do Planejamento. Na ocasião, Bernardo reafirmou o cumprimento do compromisso feito com os seguimentos. “O debate foi extremamente positivo. Além da discussão sobre o reajuste salarial, outros temas da pauta de reivindicação dos trabalhadores também foram abordados pelo ministro. Depois do encontro, alguns representantes sindicais disseram inclusive que estavam aliviados”, avaliou a dirigente da CUT Nacional, Lúcia Reis.
Por: Vanessa Galassi, da CUT-DF