Correção da tabela do IR em 5% aumenta poder aquisitivo dos salários

Uma das últimas ações do governo democrático-popular na Presidência da República foram os atos presidenciais anunciados no 1º de Maio, Dia do Trabalhador, a favor da classe trabalhadora. Além do reajuste do Programa Bolsa Família e outros anúncios, a presidenta Dilma Rousseff adotou a mesma prática que vem ocorrendo há 13 anos e corrigiu a tabela de Imposto de Renda (IR) em 5%.
Essa correção é uma vantagem para os (as) professores (as) e uma forma de o governo federal recuperar o poder de compra dos salários da classe trabalhadora assalariada. No caso da categoria docente do Distrito Federal, o salário está subdividido nas faixas de tributação do imposto de renda. Essa correção, portanto, aumenta a camada do salário isenta do IR e empurra para cima, em 5% também, essa tributação.
Assim, a correção da tabela do IR promove, anualmente, um efeito cascata que gera, para todos (as) os (as) trabalhadores (as), e também para o (a) professor (a), um valor maior do salário líquido. Isso irá ocorrer em 2017, quando essa correção anunciada por Rousseff passar a vigorar. “Diz respeito ao imposto que vamos declarar em 2017, mas já tem impacto direto nos salários dos próximos meses da categoria e dos trabalhadores em geral”, informa Cláudio Antunes, coordenador de Imprensa do Sinpro-DF.
Ele diz que esse ajuste é importante porque, como existe um processo inflacionário degradando o poder de compra dos salários, fazendo com que o salário líquido seja corroído, ao se corrigir a tabela do IR, o salário líquido aumenta um pouco e sobra mais dinheiro, melhorando, portanto, o poder aquisitivo do salário dos (as) professores (as).
“Historicamente, em várias ocasiões, não houve reajuste da tabela do IR e, nos últimos anos, debaixo de muita briga, a CUT tem conseguido arrancar do governo essa correção anual na tabela do imposto de renda”, explica o diretor.
Antunes diz que, para a diretoria do Sinpro-DF, essa luta é resultado do entendimento de que não basta um segmento da sociedade ter melhorias em suas condições de vida. “Para que o Brasil continue avançando, políticas sociais precisam ser fortalecidas. A correção do IR é uma política que traz justiça para a remuneração do trabalhador que, hoje, paga uma tributação muito alta em relação aos proprietários. A gente até poderia estar pagando um IR menor se os ricos pagassem a taxação das grandes fortunas”, afirma.
Nos países escalados pelos economistas e pela mídia para serem usados como parâmetro de comparação com o Brasil, os ricos pagam a tributação das grandes fortunas. O IR chega a ser 35% sobre a renda. No Brasil esse percentual é 27,5%, que parece ser uma tributação alta para todos, mas, na verdade, é alta somente para a classe trabalhadora porque esse percentual, para os proprietários ricos da indústria, do agronegócio, filiados à Fiesp, entre outros, é basicamente irrisório se comparado com o que eles obtém de lucro em seus empreendimentos e se comparado à taxação das riquezas praticada nos países do primeiro mundo.
Mudanças – Apesar da atual conjuntura, com perspectivas de mudanças radicais na concepção da economia, redução do salário dos (as) servidores (as) públicos (as), reforma da previdência para aumentar idade e outras, com esses anúncios de 1º de Maio, o governo federal deposto manteve a austeridade ao olhar para a classe trabalhadora e para a população mais carente, que depende de programas de redistribuição de renda, como o Bolsa Família.
“Mesmo com o golpe no dia 17 de abril, na Câmara dos Deputados, e a confirmação dele no dia 11 de maio, no Senado Federal, o governo respeitou o 1º de Maio e, como tradicionalmente tem feito, proferiu os anúncios e implantou as medidas necessárias que favorecem a classe trabalhadora. É claro que o empresariado foi e sempre será contra os direitos e, obviamente, não iria ter, nesse momento, outra posição”, analisa o diretor.
E completa: “É claro que iria ser contra e foram para a mídia contra-argumentar dizendo que não deveria ter tido o reajuste do Bolsa Família e nem a correção da tabela do IR porque eles acham que quem tem de pagar o pato é a classe trabalhadora e não os ricos. E pagar o pato, nós já pagamos: eles é que não querem pagá-lo”, finaliza.