“Cooperação sindical deve ter como norte a transformação social”, diz Antonio Lisboa

No Congresso da CSI, dirigente destaca que CUT investe na “troca de experiências com respeito à autonomia para realizar mudanças que reforcem poder dos trabalhadores”

“A cooperação sindical deve ter como norte a transformação social. Por isso investimos para que os trabalhadores troquem experiências, se organizem, construam autonomia política e melhorem as suas condições de trabalho. É preciso reforçar o poder dos trabalhadores”, afirmou Antonio Lisboa, membro da executiva da CUT, no III Congresso da Confederação Sindical Internacional, que reúne em Berlim 1.500 delegados e delegadas de 161 países do mundo.

Debatedor nesta quinta-feira no painel “Como podem os Sindicatos contribuir para melhorar a solidariedade internacional?”, Lisboa defendeu que a resposta deve ser dada com a compreensão de que a solidariedade é um encontro entre “parceiros que se olham no mesmo nível”. “De forma nenhuma o cooperante deve levar um modelo pronto para ser implantado por quem recebe, mas respeitando e respondendo às suas necessidades concretas”, alertou. Assim, explicou, da mesma forma que a cooperação internacional contribuiu para a construção da CUT, particularmente no seu surgimento, hoje a Central é chamada a compartilhar seu acúmulo e repartir suas contribuições com o sindicalismo de muitos países.
COOPERAÇÃO CARECE DE MARCO REGULATÓRIO
“O Brasil recebeu durante muito tempo colaboração e hoje somos chamados a mudar de lado, mais ainda não temos uma cultura de cooperante, que possa responder ao aumento da demanda. Falta inclusive um marco regulatório para que esta cooperação dialogue entre si, o que cria uma dificuldade para o movimento sindical brasileiro que, diferente da Europa, não tem recursos públicos para isso”, frisou.
Lisboa lembrou que “seja no continente africano ou nos Estados Unidos, onde estamos ajudando na organização dos trabalhadores do Ramo Financeiro, nosso compromisso é fazer com que a cooperação chegue a quem necessita, fortalecendo as entidades para que sejam protagonistas, disputando o modelo de desenvolvimento”.
Dentro das ações que a Central tem aportado às entidades internacionais, o dirigente citou “a comunicação sindical, no sentido de que as entidades possam dialogar melhor com as suas bases”.
Por Leonardo Wexell Severo, de Berlim