Contra PEC 55, MG tem greve e escolas e universidades ocupadas

A UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), uma das maiores instituições de ensino público do país, tem lidado com uma série de protestos. Além da greve de funcionários e das ocupações de estudantes, a instituição agora enfrenta uma greve de professores, iniciada nessa quarta-feira (16).
Todos os protestos envolvem a polêmica PEC 55 [que limita o teto de gastos do governo federal por 20 anos] e proposta de reforma do ensino médio.
Segundo o Apubh (Sindicato dos Professores de Universidades Federais de Belo Horizonte, Montes Claros e Ouro Branco), a greve dos docentes se deu em razão de a PEC 55 ser o “carro-chefe de um pacote de reformas do governo federal que terão consequências gravíssimas para a saúde, educação e seguridade social”.
Em trecho do manifesto divulgado pelo sindicato, os professores aprovaram encaminhamento de uma moção ao Conselho Universitário para que “este suspenda o calendário acadêmico da instituição, mas com a manutenção dos serviços essenciais”.

Ainda não há um balanço sobre o número total de professores que aderiram ao movimento grevista.
Já uma parcela dos servidores técnico-administrativos cruzou os braços no final de outubro passado, segundo o Sindifes (Sindicato dos Trabalhadores das Instituições Federais de Ensino).
Por sua vez, universitários da UFMG ocupam prédios da instituição, no campus da Pampulha, desde o mês passado. Em entrevista ao UOL, integrantes dos movimentos estudantis já afirmaram que só vão deixar os locais após a retirada da tramitação da PEC 55.
A assessoria da UFMG informou que, por enquanto, a reitoria não vai se pronunciar sobre a greve nem sobre as ocupações.

Outros protestos em Minas Gerais

Apesar de uma liminar ter determinado, no dia 4 deste mês, a desocupação de área de um prédio, cerca de 50 universitários da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG) mantêm a ocupação desde o dia 3 de novembro, no campus do bairro Coração Eucarístico, na região noroeste de Belo Horizonte. A universidade foi a primeira instituição de ensino privado no país a ser ocupada por ativistas contrários à PEC 55.
Segundo a assessoria da universidade, apesar da decisão judicial pela reintegração de posse, a reitoria não vai se valer de “meios abusivos para proceder à desocupação de suas instalações, na certeza de que tal situação terá uma breve e tranquila solução”.
Alunos do Cefet-MG (Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais) ocupam um setor do campus situado no bairro Nova Suissa, região oeste da capital mineira, há uma semana. Conforme a assessoria do centro, as aulas transcorrem normalmente, apesar do ato.
Já na UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto), professores e técnico-administrativos estão em greve desde o dia 11. Ao menos quinze prédios da instituição são ocupados por alunos nas cidades de Ouro Preto, Mariana e João Monlevade.
As reitorias da UJFJ (Universidade Federal de Juiz de Fora) e da UFVJM (Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri), em Diamantina, estão tomadas pelos estudantes.
Segundo a assessoria da UJFJ, a ocupação ocorre desde o dia 26 de outubro. Conforme a nota, a ocupação do espaço não traz “prejuízos no funcionamento da instituição”. O setor informou que o diálogo com os estudantes “transcorre de maneira respeitosa e as necessidades pontuais de funcionamento destes setores ocupados estão sendo atendidas”.
A UFVJM não se pronunciou até o fechamento do texto.
A secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais informou que, atualmente, chega a 84 o número de escolas ocupadas no Estado por estudantes contrários à PEC e à proposta de reforma do ensino médio.
(do Uol)