Congresso debate: para onde caminha o Brasil?

Com a execução do Hino Nacional pelo quinteto de meninas do Instituto Accorde Brasil, foi aberto nesta quinta, 6, o 8º Congresso de Trabalhadores em Educação, com a presença de mais de 850 delegados. O tema “Para onde Caminha o Brasil” foi debatido pela ótica dos trabalhadores e os integrantes da mesa alertaram para os efeitos da crise do capitalismo e as lições que podemos tirar dela.

Para a presidente da CUT-DF e diretora do Sinpro-DF, Rejane Pitanga, os rumos do Brasil dependem da unidade dos trabalhadores. Para o diretor de Política Educacional do Sinpro, Antônio Lisboa, o tema, definido antes da crise mundial, se revestiu ainda de maior importância após a maior crise do capitalismo de todos os tempos. “O que precisamos é deixar claro que não permitiremos que coloquem sobre nossos ombros o ônus da crise gerada pela especulação desenfreada”, afirmou.
Também compuseram a mesa de abertura do evento o presidente da CUT, Artur Henrique, o secretário geral do SAE-DF, Denisvaldo Alves do Nascimento, o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Roberto Franklin de Leão, e o diretor de Estudos Sociais do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Jorge Abraão Costa.

Em sua intervenção, Artur Henrique lembrou que os sindicalistas já foram chamados de dinossauros porque questionavam a regra vigente na década de 90 de diminuir o Estado e deixar que o mercado se auto-regulasse. “Agora vemos o berço do neoliberalismo, a Inglaterra, estatizando bancos. Se antes eles privatizaram os lucros, agora vão socializar os prejuízos e isso não vamos aceitar”, afirmou.
Ele citou a luta pela ratificação das convenções 151 (que regula a negociação coletiva no serviço público) e 158 (que trata da demissão arbitrária e imotivada) da OIT como um dos mais importantes embates no Congresso Nacional.
O presidente da Central também afirmou que a crise financeira mundial é uma crise do modelo e que por isso é preciso aprofundar o debate sobre suas causas.

Jorge Abraão Costa, afirmou que o Brasil está crescendo, mas ainda é um país que tem a desigualdade solidificada. O diretor do Ipea declarou que para que haja, de fato, desenvolvimento é preciso lutar pela inserção soberana do Brasil no mundo, pela integração regional do País, emprego, entre outros fatores. Costa ainda alertou que é necessário investir pesado no processo educacional. “A luta começa essencialmente na educação. Nós precisamos de uma overdose educacional”, afirmou. De acordo com dados do Ipea, em 2007, 18% dos jovens de 15 a 17 anos estavam fora da escola, e 1, 7% desse público eram analfabeto.

O primeiro dia do 8º Congresso de Trabalhadores em Educação foi encerrado com um coquetel e a apresentação da cantora Iza Berg. Nesta sexta-feira (7), serão debatidos a democratização da mídia, violência nas escolas, a profissionalização e uso de novas tecnologias em educação, saúde do trabalhador, raça e educação e homofobia.

Educador e artista
Logo na entrada do 8º Congresso de Trabalhadores em Educação, os participantes do evento puderam conferir os trabalhos extra classe desenvolvidos pelos colegas de trabalho. Em 10 estandes, dividiam espaço artesanatos, origami, livros e outras artes. O professor de educação física, Francisco das Chagas Ribeiro da Silva aproveitou a oportunidade para divulgar seu livro “Universidade do Caminho”. “Esse é um espaço para passar conhecimento e também para aprendizagem”, disse.

Rádioweb CUT-DF transmite ao vivo Congresso
Quem não estiver presente no 8º Congresso de Trabalhadores em Educação também poderá acompanhar ao vivo o evento, pela Rádioweb CUT-DF. Todos os debates, palestras e exposições poderão ser ouvidas de qualquer lugar do mundo. Para acessar a Rádioweb, basta clicar no link “rádio cut”, disponível na página inicial do site da Central.