Congelar o Bolsa Família é agir contra os pobres, diz Tereza Campello

Em conversa com o Vermelho, a ex-ministra foi contundente ao criticar a ação do governo de Temer: “a opção do golpe é pela concentração de riqueza”, disse. Segundo ela, que coordenou a pasta de Desenvolvimento Social durante o governo Dilma, trata-se de uma “estratégia burra” porque “a saída para a crise teria que ser aumentar a renda da população e com isto fortalecer o mercado interno. Nossa maior riqueza são os 210 milhões de brasileiros. Com renda a população voltaria a consumir e reaqueceria a economia’’, garante.
Segundo informações publicadas neste sábado (1/7) pela Folha, assessores da presidência alegaram que aumentar o orçamento do Bolsa Família em 4,6%, como estava previsto, teria um impacto de R$800 milhões para os cofres públicos. Na visão da ex-ministra, isso deve ser visto como investimento, não como gasto. “É num momento de decisão sobre as prioridades orçamentárias que se vê a quem o governo é servo: se do povo ou dos banqueiros”.
Tereza lembra que durante a crise internacional de 2008, o governo Lula optou justamente por fomentar a economia através da distribuição de renda. “Optamos por construir o Plano Brasil Sem Miséria, com isso, de janeiro de 2011 a maio de 2016, quando foi dado o golpe, o benefício médio do Bolsa Família aumentou 29% acima da inflação”, exemplificou.
“Com a implementação do ajuste fiscal que congelou despesas sociais por 20 anos, já em vigência esse ano, essa posição do governo não nos causa surpresa. Quem pagará o pato, mais uma vez, e sempre, será a classe trabalhadora, principalmente os mais vulneráveis”, lamenta.
(do Vermelho)