Confetam vai à Câmara apresentar pauta da Campanha 2015

Representantes da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal – Confetam realizaram visita à Câmara dos Deputados nessa quarta feira (3) a fim de divulgar a Campanha Salarial Nacional de 2015, que, entre outras reivindicações, prevê a luta pela criação de uma data-base para a categoria e a reafirmação de pautas positivas para os trabalhadores do serviço público municipal, que atualmente sofrem ameaça de retirada de direitos.

Os trabalhadores reuniram-se na entrada do anexo II da Câmara às 9h30, mas só conseguiram entrar na Casa às 11h, por causa das dificuldades impostas ao acesso de visitantes. “Encontramos muita dificuldade de adentrar a casa do povo no dia de hoje. Isso nos entristece porque saímos de várias partes do país para falar com nossos representantes”, afirma a secretária Geral da Confetam, Jucélia Vargas.

O grupo, composto por aproximadamente 20 pessoas de diferentes estados, se dividiu em grupos para conseguir atingir um número maior de parlamentares. “Entregamos o nosso material e conseguimos dialogar com muitos deles. Esperamos sinceramente que essa casa se torne novamente do povo e que a democracia impere, possibilitando mais contato entre o cidadão e os seus representantes no governo”, conclui Jucélia.

Após a distribuição do material de campanha aos parlamentares, os representantes da Confetam tiveram uma reunião com o deputado Vicentinho, líder do PT na Câmara, a fim de apresentar a ele as principais reivindicações da categoria e pedir o apoio à causa dos servidores.

Lançamento da Campanha

A Confetam realizou realizou o lançamento oficial da Campanha Salarial Nacional Unificada de 2015 durante plenária na terça feira (2) no Hotel Nacional de Brasília. Além de informar as lideranças presentes sobre a Campanha, foi discutida no encontro a atual conjuntura política, os principais avanços nos últimos anos e os desafios enfrentados pelo movimento sindical na atualidade.
A Campanha Salarial Unificada prevê a luta pela negociação coletiva direta entre representantes dos servidores e o poder público municipal e estabelecimento de bata-base anual, direitos ainda não conquistados, além de melhorias no plano de cargos e salários. A Confetam se posiciona a favor da reforma política, da democratização da mídia, do fim do fator previdenciário, da valorização do servidor pelo concurso público, da criação de pisos salariais para todos os servidores públicos municipais e contra o retrocesso contido em vários Projetos de Lei que tramitam na Câmara e no Senado e comprometem drasticamente a qualidade de vida dos servidores.
“Foi aprovado na Câmara o PLP 302/2013 que é extremamente prejudicial para os/as trabalhadores(as) domésticos(as) e reduz direitos conquistados em oitenta anos de luta. Está em tramitação o PL 327/2014 que se propõe a regulamentar o direito de greve do servidor, mas que na prática cria barreiras para as mobilizações e tira a representatividade do movimento”, exemplifica a secretária nacional de Relações de Trabalho da CUT, Maria das Graças Costa.
A Confederação atualmente conta com aproximadamente 600 sindicatos filiados em todo país e representa aproximadamente 1 milhão de servidores públicos municipais espalhados nos mais de 5 mil municípios do Brasil.
Desafios
De acordo com o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar – Diap o atual Congresso é o mais conservador desde 1964. Porém, o Congresso eleito nas últimas eleições será ainda menos flexível. “Isso mostra como serão maiores nossas dificuldades e como devemos fortalecer nossa mobilização e organização. Aumentou o número de ruralistas. Portanto será maior a dificuldade de dialogar sobre as causas relativas à erradicação do trabalho escravo no país. Aumentou a bancada religiosa que tem uma indisposição muito grande em lidar com a diversidade e cresceu a bancada empresarial, ou seja, temos mais patrões e menos trabalhadores”, afirma a diretora Graça.
Além das dificuldades encontradas no Congresso, foi discutida na plenária de terça a fragmentação do movimento sindical e a necessidade de desenvolvimento do sentimento de classe e de união, “fundamentais para gerar grandes mudanças”, conforme afirmou Jacy Afonso, secretário nacional de Organização da CUT. O presidente da CUT Brasília, Rodrigo Britto, emendou dizendo que a luta deve ser levada a toda a sociedade brasileira e estimular a unidade da classe trabalhadora para vencer as duras batalhas que estão pela frente, assegurando avanços necessários contra as desigualdades sociais.