Confetam vai à Câmara apresentar pauta da Campanha 2015
Representantes da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal – Confetam realizaram visita à Câmara dos Deputados nessa quarta feira (3) a fim de divulgar a Campanha Salarial Nacional de 2015, que, entre outras reivindicações, prevê a luta pela criação de uma data-base para a categoria e a reafirmação de pautas positivas para os trabalhadores do serviço público municipal, que atualmente sofrem ameaça de retirada de direitos.
Os trabalhadores reuniram-se na entrada do anexo II da Câmara às 9h30, mas só conseguiram entrar na Casa às 11h, por causa das dificuldades impostas ao acesso de visitantes. “Encontramos muita dificuldade de adentrar a casa do povo no dia de hoje. Isso nos entristece porque saímos de várias partes do país para falar com nossos representantes”, afirma a secretária Geral da Confetam, Jucélia Vargas.
O grupo, composto por aproximadamente 20 pessoas de diferentes estados, se dividiu em grupos para conseguir atingir um número maior de parlamentares. “Entregamos o nosso material e conseguimos dialogar com muitos deles. Esperamos sinceramente que essa casa se torne novamente do povo e que a democracia impere, possibilitando mais contato entre o cidadão e os seus representantes no governo”, conclui Jucélia.
Após a distribuição do material de campanha aos parlamentares, os representantes da Confetam tiveram uma reunião com o deputado Vicentinho, líder do PT na Câmara, a fim de apresentar a ele as principais reivindicações da categoria e pedir o apoio à causa dos servidores.
Lançamento da Campanha
“Foi aprovado na Câmara o PLP 302/2013 que é extremamente prejudicial para os/as trabalhadores(as) domésticos(as) e reduz direitos conquistados em oitenta anos de luta. Está em tramitação o PL 327/2014 que se propõe a regulamentar o direito de greve do servidor, mas que na prática cria barreiras para as mobilizações e tira a representatividade do movimento”, exemplifica a secretária nacional de Relações de Trabalho da CUT, Maria das Graças Costa.
A Confederação atualmente conta com aproximadamente 600 sindicatos filiados em todo país e representa aproximadamente 1 milhão de servidores públicos municipais espalhados nos mais de 5 mil municípios do Brasil.
Desafios
De acordo com o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar – Diap o atual Congresso é o mais conservador desde 1964. Porém, o Congresso eleito nas últimas eleições será ainda menos flexível. “Isso mostra como serão maiores nossas dificuldades e como devemos fortalecer nossa mobilização e organização. Aumentou o número de ruralistas. Portanto será maior a dificuldade de dialogar sobre as causas relativas à erradicação do trabalho escravo no país. Aumentou a bancada religiosa que tem uma indisposição muito grande em lidar com a diversidade e cresceu a bancada empresarial, ou seja, temos mais patrões e menos trabalhadores”, afirma a diretora Graça.
Além das dificuldades encontradas no Congresso, foi discutida na plenária de terça a fragmentação do movimento sindical e a necessidade de desenvolvimento do sentimento de classe e de união, “fundamentais para gerar grandes mudanças”, conforme afirmou Jacy Afonso, secretário nacional de Organização da CUT. O presidente da CUT Brasília, Rodrigo Britto, emendou dizendo que a luta deve ser levada a toda a sociedade brasileira e estimular a unidade da classe trabalhadora para vencer as duras batalhas que estão pela frente, assegurando avanços necessários contra as desigualdades sociais.