Começa a greve dos empregados da Empresa Brasil de Comunicação

Os funcionários da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), vinculada ao governo federal, entraram em greve na tarde desta quinta-feira (7). A paralisação começou às 16 horas e teve adesão mais de 600 trabalhadores, sendo cerca de 400 de Brasília e o restante das praças São Paulo e Rio de Janeiro. Amanhã, os funcionários do Maranhão irão parar e a partir das 13h os trabalhadores de todas as praças participam de uma assembleia de avaliação do movimento.
No início da mobilização em Brasília, os funcionários se concentraram na escadaria da empresa que fica em frente ao setor de hotéis sul. Depois de uma hora, os trabalhadores decidiram atravessar os corredores da EBC para continuar a mobilização na outra entrada da empresa, localizada em frente à TV Brasil. Nos corredores, os grevistas gritaram “Vem, vem pra greve vem”.
A greve foi deflagrada devido ao impasse na negociação entre a comissão dos empregados, os sindicatos e a direção da empresa. Os trabalhadores rejeitaram proposta da empresa que prevê um acordo de dois anos, com reajuste no valor do IPCA (índice da inflação) mais ganho real de 0,5% em 2013 e outro de 0,5% em novembro de 2014. (veja os outros itens da proposta detalhada abaixo).
Os funcionários apresentaram uma contraproposta, da qual pedem um reajuste salarial de R$ 290 para cada servidor e aumento de 11% no valor do tíquete-alimentação. Os funcionários também querem que a data-base, hoje em outubro, seja transferida para maio. (confira abaixo)
Outro problema apontado pelos trabalhadores é a posição do Departamento de Coordenação e Governança de Empresas Estatais (Dest), ligado ao Ministério do Planejamento, de pedir a retirada de dez cláusulas do acordo vigente, o que, significa a perda de direitos adquiridos. “É preciso entender que essa greve não é só de aumento salarial, essa é uma greve por direitos”, disse Jonas Valente, coordenador geral do Sindicato dos Jornalistas do DF.
Com medo de sofrer retaliação, vários funcionários entrevistados pela assessoria do SJPDF pediram para não se identificar. “0% de aumento é o tamanho do apreço que a empresa tem por seus funcionários”, criticou um jornalista que faz parte do quadro há mais de 15 anos. “A greve mostra que a empresa renovou. Antes a EBC tratava o funcionário com imposições e todos abaixavam a cabeça. A cultura da empresa mudou. Os funcionários agora têm conhecimento dos seus direitos e irão até o fim”,  disse mais um funcionário.
ENTENDA O CASO
A proposta da empresa – A oferta da empresa prevê um acordo de dois anos, com reajuste no valor do IPCA (índice da inflação) mais ganho real de 0,5% em 2013 e outro de 0,5% em novembro de 2014. Para os benefícios, o reajuste seria o IPCA, à exceção do auxílio-creche, que teria reajuste de mais de 11%. Seria concedido um tíquete extra de R$ 832 em dezembro de 2013 e outro corrigido pela inflação acumulada em dezembro de 2014 (veja proposta detalhada abaixo).
Duas condições foram enfatizadas pelo diretor-presidente. A primeira é o fechamento do Acordo por dois anos. A segunda é a retirada de 10 itens que o DEST (Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais – órgão vinculado ao Ministério do Planjeamento) impõe a retirada. Em relação a essas cláusulas, a direção incluiu na proposta o compromisso de garantir os pontos nas normas internas da empresa até abril de 2014.
A contra-proposta dos trabalhadores
A) Não retirada retirada de cláusulas e dos itens vetados pelo DEST;
B) Mudança de data-base para maio com acordo de novembro de 2013 a maio de 2015 e gatilho automático em novembro de 2014;
C) Aumento linear salarial de R$ 290,00 (Tíquete-alimentação/refeição adicional no fim do ano + Vale-Cultura + ganho real de 1% linear divido por todos os funcionários multiplicado por 1,5, que é o período de vigência do acordo proposto)
D) Aumento de 11% no tíquete-alimentação (inflação das refeições)
E) Cláusulas sociais prioritárias para avanço: gratificação de função (9a), horas-extras (10a), acúmulo e desvio de função (40a), Comissão de Empregados (81a), adicional de titularidade (38a), qualificação profissional (39a), comportamento ético e moral (52a), cursos externos (49a), folgas dominicais (63a), avaliação de desempenho, inclui das chefias (42a).