Coletivos e reuniões ampliam debate sindical

Reuniao de grupos - sala 12-1
Neste sábado (18/1), em Brasília, o terceiro dia do 32º Congresso da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) começou com a Reunião dos Departamentos e Coletivos da entidade. Divididos em grupos, os educadores tiveram a oportunidade de participar de dez temas de debate.
Coletivo de Mulheres:
As participantes discutiram conquistas e desafios na luta pelos direitos da mulher. Destacaram a evolução da política de enfrentamento à violência contra a mulher, como o aumento de denúncias após a criação da Lei Maria da Penha. Apontaram também a importância de participar mais de grupos de discussão na comunidade para influenciar de forma mais efetiva a igualdade de gênero em sala de aula.
Coletivo de Juventude:
As manifestações de junho e seus efeitos sobre a juventude sindical dominaram a discussão do coletivo que entendeu que é preciso estimular o jovem a cada vez mais se politizar e ter autonomia intelectual, na construção de uma linha política para o movimento. “O fato de ir às ruas já revela a propensão do jovem de querer participar dos espaços de decisão para fazer valer um estado com seus direitos reconhecidos”, explicou Carlos Guimarães, da coordenação do coletivo.
Coletivo da Saúde:
Condições precárias de saúde em sala de aula e o excesso de limitações às licenças médicas esquentaram o debate. Para os participantes, a principal causa de problemas de saúde dos educadores não é a atividade que desenvolvem, mas sim a carga excessiva de pressão que recebem de inspetores e secretários, por exemplo.
Coletivo de Assuntos Municipais:
Os trabalhadores compartilharam o contexto político e a situação educacional de suas cidades. Perceberam que muitos dos problemas enfrentados em diferentes regiões do país são os mesmos. Criticaram prefeitos que oferecem abono no fim do ano aos educadores ao invés de aplicar reajuste nos salários. Defenderam a importância de se investir na formação sindical e o controle social dos recursos para a educação.
Coletivo LGBT:
Participantes do Coletivo de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros (LGBT) comemoraram uma maior inserção do tema Diversidade Sexual na agenda de discussão dos trabalhadores. “Educação sem homofobia” é o tema do sétimo volume da Revista Semestral da Escola de Formação da CNTE (Esforce). Além disso, pela primeira vez, o assunto será destaque na Conae 2014.
Departamento de Funcionários de Escola (Defe):
Foi feito um balanço dos últimos três anos e colocada a necessidade de fortalecer o coletivo. A discussão girou em torno da mudança do departamento que será transformado em secretaria. “Temos a função de manter o coletivo”, disse Edmilson Lamparina, coordenador nacional do Defe. Ficou decidido, ainda, que haverá um documento, “ressaltando a importância de se criar a secretaria, depois de 18 anos e do amadurecimento”, explicou.
Coletivo de Aposentados:
Os participantes lembraram as conquistas alcançadas e levantaram também os desafios enfrentados pelos sindicatos em todo o país. Pontos como a formação dos aposentados, a participação deles na luta por direitos e o piso salarial foram abordados. Representantes de algumas entidades ressaltaram a importância dos aposentados no quadro dos sindicatos e de reuniões de formação política.
Departamento de Especialistas de Escola (Despe):
Qual o real papel do pedagogo? Essa foi a discussão que norteou a reunião do coletivo do Despe. Segundo Maria Madalena Alexandre Alcântara, coordenadora do Despe, levantou-se a necessidade de uma mudança de nomenclatura, alterando o nome do coletivo “que poderia ser uma OTP – Organização de Trabalho Pedagógico”, disse.
Coletivo de Formação:
Democratizar o acesso à informação. Esse foi um dos pontos levantados durante a reunião do coletivo. Além do desafio de elaborar diferentes materiais com temas atuais, foi discutida a possibilidade do uso de novos meios e métodos de disseminação de conteúdo como, por exemplo, a educação à distância. A formação de jovens e o papel dos sindicatos na continuidade desse processo também foram temas levantados.
Coletivo Antirracismo:
Durante o encontro, os representantes das entidades sindicais lembraram as dificuldades de aplicação da Lei 10.639/03, que inclui no currículo das escolas de todo o país a obrigatoriedade do tema “História e Cultura Afro-Brasileira”. Os participantes citaram a violência contra os jovens e a necessidade de combater o racismo dentro da sala de aula.