CNTE debate implementação da escola de tempo integral

No penúltimo dia do 1º Seminário Nacional de Educação Integral (20 de maio de 2010), Denílson Bento da Costa, secretário geral da CNTE, participou da mesa “O currículo, o tempo escolar e os profissionais de educação na perspectiva da educação integral”. Ele destacou a necessidade de manter os três elementos intimamente associados, não só entre si, mas com outras políticas educacionais, nas quais estão o financiamento da educação, a valorização do profissional e a gestão democrática.
Segundo o palestrante, não há como interligar a atividade profissional, os tempos e o currículo se não por um processo de construção coletiva do projeto-político pedagógico da escola, a gestão democrática. A CNTE considera não ser possível a institucionalização da escola de tempo integral, essencial para a formação pedagógica e cultural dos estudantes, sem que os avanços estruturais ocorram. De modo que a consolidação do Sistema Nacional de Educação é outro fator primordial para o alcance dessa demanda social reprimida.
No Brasil, a opção pela escola de tempo parcial deveu-se à escassez de recursos e à falta de prioridade em ofertar escola pública de qualidade. Porém, com a urbanização e a consequente democratização do acesso escolar, o país optou por uma escola em que os professores pudessem fracionar suas jornadas para atender um maior número de estudantes. E aí surgiram as problemáticas que até hoje predominam as lutas sindicais: salários aviltados, duplas e triplas jornadas, falta de condições de trabalho e o inevitável impacto na qualidade.
Por fim, Denílson explicitou para os ouvintes uma das maiores lutas da CNTE e de todos trabalhadores em educação do país. “Não bastam políticas de formação ou de acesso qualificado à profissão. É preciso valorizar, através de salários condignos, jornada de trabalho integral e numa única escola, condições de trabalho adequadas, além de formação inicial e continuada compatível com as necessidades impostas pelo processo histórico-cultural-pedagógico, ofertada pelo Poder Público e na perspectiva de uma política de Estado. No último dia de seminário (21 de maio), será a vez do secretário de Assuntos educacionais da CNTE, Heleno Araújo, participar do encontro com o tema “Desafios e perspectivas para Educação Integral”.
Com informações do site da CNTE