Centralização da perícia médica continua gerando problemas

nova  A centralização da perícia médica continua dando errado, conforme denúncias do Sinpro-DF. Na tarde desta sexta-feira (29), mais de 50 servidores (as) públicos (as) adoentados enfrentaram uma desgastante espera pelo atendimento dos médicos peritos na Subsecretaria de Segurança e Saúde do Trabalho (SubSaúde), da Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag).
Silmara Carvalho, professora de Atividades da rede pública de ensino, está indignada com a situação e diz que “não adianta investir o dinheiro público na instalação da perícia médica num prédio muito chique no centro de Brasília e não ter mão de obra suficiente para atender às pessoas adoentadas que, ao chegarem  na SubSaúde, ficam horas a fio, e de forma desconfortável, esperando pelo atendimento”.
A professora conta que, nesta sexta, passou a tarde inteira na SubSaúde para homologar um atestado médico. “Não é possível a pessoa doente enfrentar essa demora, num espaço pequeno e desconfortável, simplesmente por falta de mão de obra. Hoje tinha apenas dois funcionários na recepção e, um dos quais, saiu para almoçar se queixando que não aguentava mais tantas horas sem comer, deixando apenas um no balcão”, conta.
IMG-20160429-WA0024Ela disse que, após passar horas para ser atendida na recepção, ficou ainda mais duas horas para ser atendida pelo médico perito. “Na recepção, há seis cadeiras de recepcionista, porém, efetivamente, somente uma é ocupada pelo atendente. Na perícia propriamente dita, há várias portas de consultórios, porém, poucas abertas. O que temos ali é muita demora para ser atendido. Em vez de dificultar, o governo deveria humanizar o atendimento, afinal, a pessoa que busca a SubSaúde não está bem e não deveria se desgastar tanto para homologar um atestado médico”, diz a professora.
Os (as) servidores (as) que estiveram no local reclamam também do desconforto do ambiente. Um espaço pequeno para receber todos (as) os servidores (as) do Governo do Distrito Federal (GDF) adoentados e com demandas médicas. Na tarde desta sexta-feira, havia gestantes com máscara, mães e pães com crianças doentes, pessoas recém-operadas , idosos e idosas , numa situação caótica e sem a menor chance de atendimento prioritário.
Na avaliação da diretoria do Sinpro-DF, essa situação tem todas as características de sucateamento do serviço público. Além de ter reduzido o número de locais, o governo Rodrigo Rollemberg (PSB) reuniu todos os setores do funcionalismo na mesma perícia médica. O GDF modificou o atendimento da perícia médica para piorar o atendimento. A nova perícia é o retrato fiel da concepção de Estado mínimo: pouco funcionário para atendimento e espaço reduzindo, inconveniente e impróprio para atendimento ao público.
A diretoria do sindsubsaude2icato informa que em todas as Pautas de Reivindicações das Campanhas Salariais, a categoria reivindica a descentralização da perícia médica e o aumento do número de locais para que essa atividade seja feita com mais humanidade e rapidez. Contudo, desde 2015, o GDF adotou uma política de choque de gestão que já começa a causar os prejuízos anunciados, como é o caso da perícia médica.
No ano passado, o Sinpro-DF denunciou essa atitude e apontou os problemas que essa unificação iria causar. Numa reunião do GDF com o Sinpro, em agosto de 2015, o governo informou que faria uma nova descentralização em abril de 2016, abrindo uma nova perícia médica em Taguatinga, contudo, o mês acabou e essa promessa não foi cumprida.
“Estamos pautando esse problema da centralização com a Secretaria de Estado da Educação (SEEDF). Não tem como centralizar e não criar condições para o atendimento. Mexer para piorar não tem jeito. Por isso voltamos a denunciar esse tratamento desumano”, afirma Rosilene Corrêa, diretora do Sinpro-DF.
Confira, a seguir, matérias do Sinpro-DF sobre o problema da perícia médica:
Governo Rollemberg fecha Cosaúde de Taguatinga
Após muita luta, Cosaúde mantém atentimento em Taguatinga