Campanha pelo plebiscito popular intensificará organização, formação e lutas

Na assembleia final da plenária da 5ª Plenária Nacional da campanha do Plebiscito Constituinte, realizada em Brasília, a organização do econtro divulgou duas cartas. Na primeira, fez um balanço da campanha e afirmou que a luta terá continuidade. Na segunda, as entidades defenderam a reeleição de Dilma contra o retrocesso e os ataques a direitos e conquistas dos brasileiros.
O ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria da Presidência da República, participou do encerramento 5ª plenária nacional e afirmou que a reforma apontada por Dilma como “mãe” das outras reformas, será prioridade no próximo mandato, caso seja reeleita. “Da parte dela, não faltará apoio (ao plebiscito), mas precisamos massificar processo para que a maioria dos brasileiros se convença da importância da reforma. Para que os mais ricos, mais poderosos ou que se deixam corromper pelo Capital não se elejam deputados ou senadores  e deturpem completamente a representação do povo no Poder Legislativo”, afirmou.
Integrante do comitê do plebiscito popular, Ricardo Gebrim destacou que a proposta de consulta popular apresentada pela presidenta como resposta as manifestações de junho de 2013 é a bandeira que unifica a juventude organizada em torno dos protestos, os movimentos estudantis, a maior central do país e os partidos progressistas.
Ele também rechaçou o temor de que uma consulta popular possa ser vencida pela direita. Para exemplificar, resgatou o exemplo da campanha pelas Diretas Já, no início da década de 1980. Na ocasião, o maior partido era a Arena (Aliança Renovadora Nacional), ligado aos governos militares, mas na construção da campanha os setores progressistas cresceram.
“A força se constrói na luta de massas”, avaliou Gebrim. “A história não é uma fotografia, é um filme em movimento. Como ontem quando a burocracia do Congresso não queria nos deixar entrar e o ato elevou nossa consciência. Fe z com que entendêssemos o papel do Congresso Nacional e nos ensinou mais em alguns minutos do que muitos cursos.”
Intensificação da campanha
Plebiscito
A campanha deve ter agora como foco três pontos: organização, formação e lutas. Os comitês serão mantidos e os militantes promoverão reuniões para discutir mobilizações e apresentar o balanço das ações à população que votou e participou do plebiscito. A ideia é também fazer um curso da campanha com base nos pontos unitários e, no dia 15 de novembro deste ano, quando a proposta da consulta popular completa um ano, preparar um jornal e mobilizações.
O dirigente propôs ainda um dia nacional de lutas, inicialmente, pensado para março de 2015
“O  papel do lutador popular é jogar fagulhas. Muitos fósforos queimam antes de o fogo pegar, mas um deles pode acender a fogueira”, comparou.
Para o dirigente do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), Marcos Araújo, a manutenção do debate será fundamental para impedir que discursos e propostas vazias de reforma política sem participação popular iludam a sociedade. “A transformação será feita pela luta da população”, definiu.
Diretor Executivo da CUT, Júlio Turra, alertou que se a aprovação da proposta de plebiscito pelo presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Alves (PMDB-RN), teve a intenção de desmobilizar as organizações, foi um equívoco.
“Ele disse não ver problema algum na consulta porque, por si só, ao define para qual lado vai a decisão. Se esse discurso pretende nos acalmar, não conseguira, porque estaremos atuantes para que proposta de Constituinte Exclusiva e Soberana se concretize e que a composição dessa constituinte se dê em outras bases, sem financiamento empresarial e com respeito às diversidades”, falou.
Câmara recebe abaixo-assinado
Representantes de movimentos sociais, estudantis e sindicais de todo o Brasil entregaram nessa terça feira (14) ao presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, abaixo-assinado reivindicando um plebiscito constituinte para debater uma possível reforma política no país.
Foram recolhidas quase 8 milhões de assinaturas por todo o Brasil, contando com a colaboração de 480 entidades sociais, que pedem ao Congresso a aprovação da convocação de um referendo, que, segundo a Constituição brasileira, somente o Congresso Nacional tem o poder de convocar.
A entrega do abaixo-assinado é resultado de uma série de atividades programadas na semana da 5ª Plenária Nacional da campanha do Plebiscito Constituinte, que teve início na segunda feira (13).
Nesta abertura da Plenária Nacional da campanha, diante de ativistas de vários estados do Brasil e uma plateia majoritariamente jovem que lotou um teatro da capital federal, a presidenta Dilma Rousseff recebeu das mãos de militantes a comprovação de uma tese (resultado do plebiscito) na qual acredita e traduziu sua importância: O Brasil deseja mudar as regras do sistema político.