Brasília tem a maior adesão da história

 

Mais de 50 categorias participaram da maior greve já realizada na capital federal
Uma cidade completamente deserta, esse é o retrato da manhã desta sexta (28), no Plano Piloto. Lojas fechadas, ônibus e metrô parados, pistas vazias, prédios desocupados, ruas sem ninguém, foi o panorama do ‘centro do poder’ no início da Greve Geral prevista para durar por 24 horas.

No início da manha, uma Esplanada dos Ministérios deserta

Com a maior adesão de categorias profissionais em toda sua história de  mobilização, os trabalhadores do DF conseguiram um marco histórico ao promover a maior greve da capital federal, construída a partir da unidade da classe trabalhadora e dos movimentos sociais.
Os diversos setores reconheceram os terríveis prejuízos impostos pelas retrógradas medidas do governo ilegítimo de Michel Temer e cruzaram os braços para barrar o acelerado retrocesso nas conquistas trabalhistas e sociais. “Foi o despertar do conjunto da sociedade frente a tantos ataques”, conta Rodrigo Britto, presidente da CUT Brasília.
A Greve Geral foi construída a partir da resistência contra a reforma trabalhista (PL 6787/2016), aprovada na Câmara Federal na noite desta quarta (26) e encaminhada para apreciação no Senado; e em completa oposição à reforma da Previdência, que caminha a passos largos e promete ser votada ainda neste semestre. Ambas as medidas, beneficiam o capital financeiro, agrário e empresarial, e prejudica diretamente os trabalhadores e trabalhadoras.
“Essa foi apenas uma demonstração do que a classe trabalhadora e os movimentos sociais são capazes de fazer para defender a aposentadoria, a legislação trabalhista, as conquistas sociais e todos os direitos que nos querem usurpar”, garante Britto. Para o dirigente CUTista, a unidade consolidada nesta Greve Geral vai continuar. “Os ataques do Congresso Nacional e do golpista Temer não são contra um segmento, mas sim, contra todo o conjunto da sociedade. Por isso, vamos nos manter unidos e alertas para coibir todo roubo de direitos”, completa.
Marco da unidade

No Conjunto Nacional, as lojas não abriram

As imagens da Esplanada dos Ministérios vazia nesta manhã, sem trânsito de veículos e com os prédios de portas fechadas, ficarão marcadas na memória e nos livros de história. Também, o fechamento do mais tradicional centro comercial da cidade, o Conjunto Nacional, foi outro momento emblemático.
Para Julimar Nonato, secretário de Administração da CUT Brasília, a população compreendeu quem realmente sofreu um golpe. “Com um ano de tomada de governo pelo golpismo, a sociedade entendeu que quem sofreu o golpe fomos todos nós. Nesses 12 meses no poder, o ilegítimo Michel Temer tem orquestrado todas as maneiras possíveis para prejudicar a classe trabalhadora e as camadas mais pobres do povo brasileiro”, disse.
Quanto à divulgação da Greve, Julimar conta com as redes sociais. “Sabemos que a mídia golpista vai deturpar os fatos, mas, contamos com os canais democráticos da internet para mostrar a verdade da luta popular contra o retrocesso e o roubo de direitos”, finaliza.
A Greve Geral continua durante toda sexta, na capital, regiões administrativas e municípios do Entorno.
Fonte: CUT Brasília