Assembleia do Sinproep aprova campanha salarial 2017/2018

O Sindicato dos Professores em Estabelecimentos Particulares do Distrito Federal (Sinproep-DF) aprovou em assembleia, na manhã deste sábado (18), a pauta da Campanha Salarial da Educação Básica 2017/2018. Dezenas de professores (as), coordenadores (as) e orientadores (as) educacionais participaram do encontro e, após sugerirem e comentarem as cláusulas para a nova Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), aprovaram a pauta de negociação.
A presidente do Sinproep-DF, professora Karina Barbosa, abriu a mesa de discussões. “Apesar das dificuldades, seguimos unidos para conquistarmos melhores condições de trabalho e reconhecimento. Esse tempo de ‘recessão’ política que estamos vivendo deve ser tratado como um fator motivador”, comentou.
Ganho real de salário com reajuste acima da inflação; implantação do auxílio-saúde do professor; aumento para duas horas a hora atividade; ampliação da licença maternidade para seis meses e criação da licença paternidade; estabilidade de 12 meses para gestante e pagamento do auxílio-alimentação foram alguns dos itens prioritários aprovados.
Durante a assembleia, a discussão de temas como a inclusão da pessoa com deficiência – gratificação de Ensino Especial, criação de uma sala mais adequada para atendimento etc – também foi proposta pelos docentes.
Todas as sugestões encaminhadas pelo site do Sindicato também foram contempladas. Agora, o Sinproep-DF irá registrar o documento e encaminhá-lo ao Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinepe-DF) na próxima semana.
REAJUSTE SALARIAL – Muito questionado pela categoria, o reajuste salarial com ganho real é um dos principais focos da negociação. Para se ter uma ideia, o Banco Central estima uma inflação de 5,5% para este ano, sendo que o reajuste médio das mensalidades das escolas particulares ficou em 12%, conforme divulgado na imprensa.
Apesar do aumento nas mensalidades, o salário dos professores não acompanha essa correção, e acaba sendo consumido pelo custo de vida. O Sinproep-DF irá lutar para que esse dano seja reparado. Na assembleia também foi amplamente debatida a antecipação da data base. Por fim, os docentes votaram em manter a data atual, com adiantamento do reajuste salarial.
CAMPANHA – O Sindicato lançou a Campanha Salarial da Educação Básica 2017/2018 com o intuito de valorizar a categoria e conscientizar a população sobre as dificuldades enfrentadas pelos professores de estabelecimentos particulares de ensino. A imagem da campanha, que está sendo divulgada nas instituições de ensino do Distrito Federal, representa o que temos pela frente: “um pepino em nossas mãos”.
“Entendemos a dificuldade de fazer uma paralisação na categoria. Mas, para irmos a dissídio coletivo e garantirmos nossos direitos, precisamos mobilizar a categoria. Se for necessário, voltaremos com o carro de som na porta das instituições para chamar ainda mais a atenção dos responsáveis pelos alunos”, comentou o advogado do Sinproep-DF, Ulisses Borges.
PACOTE DE MALDADES DO GOVERNO – O diretor do Sinproep-DF, Trajano Jardim, falou sobre os prejuízos do pacote de maldades proposto pelo Governo. “Se não começarmos a lutar contra estas propostas que estão no Congresso, como a reforma da Previdência e trabalhista, os professores vão acabar não se aposentando. Se vocês hoje são chamados de ‘titios e titias’, termo que consideramos inadequado, começarão a ser chamados de vovôs e vovós”, afirmou. Leia mais sobre a reforma da previdência clicando aqui.
Na oportunidade, os docentes também foram convocados a protestar contra o retrocesso na Greve Geral Nacional da Educação que acontecerá no dia 15 de março, proposta pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee), Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e sindicatos filiados.
“Precisamos nos mobilizar, senão o pouco que temos, iremos perder. Infelizmente, é recorrente a demissão de professores que tenham mais de 50 anos. Logo, com a aprovação desta medida, o sistema entrará em colapso e a maioria dos docentes não conseguirá se aposentar. Precisamos lutar contra esta proposta injusta e absurda do governo”, comentou o diretor jurídico do Sinproep-DF e secretário de Assuntos Institucionais da Contee, Rodrigo de Paula.