Apeoesp denuncia “reorganização escolar disfarçada” de Alckmin

O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) acusa o governador Geraldo Alckmin (PSDB) de estar promovendo uma “reorganização escolar disfarçada”. Isso porque poucos meses após o anúncio da suspensão do plano que pretendia fechar mais de 90 escolas estaduais por todo o estado, 594 salas de aula já foram fechadas até o momento, de acordo com as subsedes regionais filiadas ao sindicato.
“A APEOESP vem recebendo informações de suas subsedes a respeito de classes fechadas, fechamentos de turnos, recusa de escolas em receber matrículas, embora haja demanda, e outros problemas que, para nós, indicam que a Secretaria Estadual da Educação está promovendo uma ‘reorganização disfarçada’ das escolas estaduais”, diz parte da nota divulgada pela entidade nesta quarta-feira (4).
Depois da pressão de milhares de estudantes que ocuparam centenas de escolas em protesto contra a reorganização, a Justiça determinou, no final do ano passado, que o projeto de reorganização fosse suspenso e se iniciasse um “amplo debate” com a sociedade em relação à reforma do sistema de ensino. Ou seja, o governo do estado estaria, com esses fechamentos, desrespeitando a decisão da Justiça e não fazendo juz ao anúncio de suspensão da reorganização.
De acordo com o sindicato dos professores, somente no ano passado já foram fechadas mais de 3.900 salas de aula.
Confira, abaixo, a íntegra do comunicado da Apeoesp:
“Governo Estadual fecha classes e realiza “reorganização disfarçada” na rede estadual de ensino
Informações obtidas pela APEOESP em 33 regiões confirmam o fechamento de 594 classes até o momento
A APEOESP vem recebendo informações de suas subsedes a respeito de classes fechadas, fechamentos de turnos, recusa de escolas em receber matrículas, embora haja demanda, e outros problemas que, para nós, indicam que a Secretaria Estadual da Educação está promovendo uma “reorganização disfarçada” das escolas estaduais.
O Governo Estadual está impedido de implementar a reorganização da rede estadual de ensino por força de decisão judicial, que o obriga, ainda, a promover debates com ampla participação popular sobre a educação pública estadual em 2016.
O levantamento realizado até o momento aponta o fechamento de 594 classes, considerando informações de apenas 33 regiões do Estado, entre as 93 subsedes da APEOESP (veja anexo), o que significa que o número de classes fechadas pode ser bem maior.
O Sindicato está coletando dados junto às demais regiões para agregar informações de todo o Estado. Lembramos que em 2015 houve o fechamento de pelo menos 3.390 classes, de acordo com o levantamento que a APEOESP realizou à época.”
(do Portal Forum)