Acuados, professores da rede pública se apavoram com onda de violência

Acuados e com medo dos próprios alunos. É assim que se encontram a grande parte dos professores da rede pública de ensino em Mato Grosso do Sul. De acordo com matéria publicada na edição de hoje (6) no jornalCorreio do Estado, temendo represália e até mesmo agressões por parte dos estudantes, o comportamento dos docentes é de se isentar quando se fala em violência. Para se ter uma ideia da extensão do problema, 76% de mil educadores e profissionais, da área entrevistados para um trabalho de doutorado, afirmam já terem presenciado atos de violência no ambiente escolar.
 
As agressões vão desde xingamentos e bullying até vias de fato, com violência física entre estudantes e contra professores e funcionários dos colégios. Nos casos extremos, há mortes, como no caso da estudante Luana Vieira Gregório, de 15 anos, e de um em Nova Andradina, em junho do ano passado, quando um jovem de 16 anos matou o diretor da escola em que estudava.
 
Para o doutor em educação Marcos Paz, a apreensão dos professores ocorre porque a violência já está banalizada e muitos adolescentes não se importam com a situação. “Hoje esses adolescentes filmam as brigas e riem. Já está banalizado e o professor não se envolve nesse enfrentamento porque pode ser cobrado depois”, comenta.
 
Vítima de uma dessas violências, o professor de Física Rafael da Silva Lima, 30 anos, levou três facadas de um estudante que em 2012 tinha 17 anos. O docente atuava na Escola Estadual José Barbosa Rodrigues, no Bairro Universitário, no período noturno.
 
Fonte: Correio do Estado/A reportagem é de Lucia Morel.