A história se repete: alunos protestam contra a falta de professores

Já virou rotina. Enquanto a secretaria de educação insiste na versão de que “não falta professor”, a situação nas escolas públicas do DF é preocupante. Na terça-feira (1), os alunos do CEM Setor Oeste, da Asa Sul, protestaram contra a falta de professores no laboratório para as disciplinas de química, física e biologia.
Os alunos reclamam que a secretaria de Educação aprovou o plano pedagógico da instituição que contava com aulas de laboratório, mas não disponibilizou nenhum professor. Em entrevista ao portal G1, o professor e presidente do conselho escolar, Glauco Silva, o laboratório de física está sem funcionar há 13 anos.
“Temos preocupação de ensinar a prática e a teoria. As matérias de exata demandam professores nas suas áreas diversificadas. Não é possível aprender química só com professor de teoria”, disse Silva. “Gastamos do próprio bolso para montar os laboratórios com a promessa do GDF de receber os professores de laboratórios, mas até agora não sinalizaram nada.”
O presidente do Grêmio Estudantil, Vladmir Gonçalves, afirma ao mesmo portal, que a falta de aulas extras tem um impacto negativo no resultado dos alunos no Enem. “O que mais pesa é no momento que os alunos forem fazer uma redação ou responder questões ligadas a exercícios que têm a ver com procedimentos de laboratórios”, disse. “O público poderia ter a mesma qualidade que um particular tem.”
Segundo os manifestantes, o laboratório de informática está sem funcionar há três anos e eles também estão sem aula de artes.
“O laboratório até está equipado, mas vai estragar sem o uso. Por que o GDF investe para reformar as salas se não tem quem as faça funcionar? Sem o professor, não vai funcionar”, diz Silva.
Os alunos afirmam ainda que os problemas de infraestrutura na escola vão além da falta de funcionamento dos laboratórios. Eles dizem que já tiveram problemas com fios desencapados, infiltrações, ratos e até alagamentos provocados por chuva. Segundo a direção, a escola se manteve durante um período com verba arrecadada em festas juninas e com doações de professores.
“Se a nossa escola, que é de referência, tem que conviver com ratos, imagina as que não são”, diz Silva.
(Com informações do G1)