Professores realizam ação na Eape e exigem suspensão dos cursos durante a greve


Mais de 400 professores/as realizaram, na manhã desta quinta-feira (23), uma ação central e unificada de todos os piqueteiros das 14 regionais no Centro de Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação (Eape). A direção da Eape decidiu manter o calendário de cursos, confrontando uma deliberação dos formadores de suspender os cursos de formação enquanto a categoria está em greve.
“A categoria entende que a Eape é um espaço de formação de toda a rede e não apenas de parte dela. O investimento e o espaço são públicos e a formação precisa ser democratizada na perspectiva do acesso aos cursos. Como os professores que estão em greve serão cerceados do seu direito à formação? Fizemos a ação para exigir do governo uma postura coerente e democrática: só se iniciam os cursos da Eape após o término da greve”, afirma Luciana Custódio, coordenadora da Secretaria de Formação Sindical do Sinpro-DF.
Ela relatou que a ação foi positiva, reuniu professores em greve de todas as regionais, com atuação dos/as professores/as da Escola de Música, em uma manifestação cultural. “Com isso, politizou a pauta da greve: contra a reforma da Previdência e pelo cumprimento da Meta 17 do PDE”, disse.
Na atividade, os/as professores/as mencionaram uma nota em que os formadores da Eape comunicavam à categoria a suspensão dos cursos de formação continuada previstos para 2017 durante a greve, como deliberado em outros movimentos paredistas. Na nota, ressaltaram que a decisão foi em respeito ao direito dos profissionais da Educação que aderiram à greve de participar dos cursos com sua carga horária total e como sendo a primeira aula de formação que a Eape iria dar à categoria, que é a adesão ao movimento legítimo dos/as docentes, o qual  traz para o centro do debate a perspectiva de que a  categoria é uma só.
No entendimento do Sinpro-DF, se a Eape realizar cursos com a categoria em greve, isso  significará que o direito de participar de um processo de formação terá sido cerceado. “Então isso é antidemocrático, arbitrário e nossa luta é pela democratização da formação a partir da Eape, que é nossa referência e escola de formação, e que ela cumpra com o seu papel de tornar o espaço da luta em espaço também de formação política e de luta pela manutenção e conquista de nossos direitos”, finaliza Luciana.
O diretor da Eape ficou de contatar o secretário de Estado da Educação, Júlio Gregório, sobre isso e alegou que não tem autonomia para decidir sobre a pauta. O Sinpro-DF e a categoria aguardam o retorno do secretário, “mas já com o encaminhamento de que, se a Eape mantiver essa atitude truculenta, iremos inviabilizar a realização dos cursos. A categoria em greve fará um grande movimento para inviabilizar o início dos cursos”, assegura a diretora.
Galeria de fotos – Deva Garcia
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