“Não há democracia sem direitos, nem direitos sem democracia”

No segundo dia do 33º Congresso da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, Meg Guimarães, vice-presidente da CUT Brasília, fala do evento e das perspectivas de mobilização da classe trabalhadora, principalmente dos educadores, para 2017. “Trata-se de um fórum importante, de organização e unicidade dos trabalhadores para enfrentamento da conjuntura proposta, especialmente ao se tratar da reforma da Previdência, o mais devastador ataque ao povo brasileiro”. Para a dirigente, a unificação dos movimentos é o principal desafio.
2017: Um ano de muitas lutas
A CNTE já lançou uma data para o Dia Nacional de Lutas da Educação deste ano: 8 de março. Mais do que um dia de manifestações e protestos, a data será um ponto de apoio importante na construção de uma grande greve geral no Brasil. “Diante de todos os ataques, principalmente da contrarreforma trabalhista que retira direitos, onde o acordado prevalecerá sobre o legislado acertando em cheio as conquistas dos trabalhadores – principalmente do setor privado -, mais a contrarreforma da previdência e o PLV 34, que é a contrarreforma do ensino médio, nos mantemos sob a perspectiva de uma greve geral. Não tem outra saída para a classe trabalhadora”, declara a sindicalista que também é educadora.
O congresso da CNTE reúne um dos segmentos mais importantes dentro do contexto de mobilização e organização da luta popular – a Educação. São quatro dias de intensos debates, palestras e grupos de trabalho municiando os trabalhadores da Educação, os mais de 2.500 delegados eleitos e participantes, para que saiam do encontro com a clareza do seu papel na defesa da democracia e no enfrentamento da ofensiva golpista.
O evento, que reúne participantes de vários países, lança um desafio importante este ano: a adesão dos estudantes à luta da classe trabalhadora. Com a participação intensiva da UNE (União Nacional dos Estudantes) e da UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), os debates ganham novos enfoques e as temáticas são ampliadas. “De maneira geral, a proposta é de organização e união”, explica a vice-presidenta da CUT Brasília. “Precisamos da unidade de todos os movimentos sociais, toda esquerda reunida para enfrentar o golpe e impedir mais retrocessos. Temos como obrigação avançar e impedir que os direitos sejam retirados. Não há democracia sem direitos, nem direitos sem democracia”, finaliza.
Na noite de sexta (13), durante o congresso que está sendo realizado no Centro de Convenções Ulisses Guimarães, acontecerá o ‘Ato Político em Defesa da Democracia’, com presenças confirmadas do sociólogo Emir Sader, do músico Tico Santa Cruz, do jurista Eugênio Aragão e da estudante Ana Júlia Ribeiro. A previsão de início é as 20h30 e os organizadores informam que haverá credenciamento especial para os movimentos que queiram participar.
Fonte: CUT Brasília com informações da CNTE