Estudantes ocupam IFB de São Sebastião contra projetos que ameaçam a educação

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Na manhã desta segunda-feira (17) alunos (as) do Instituto Federal de Brasília (IFB) ocuparam a unidade de São Sebastião. De acordo com os próprios estudantes, as unidades de Samambaia, Valparaíso, Cidade Estrutural e Águas Lindas de Goiás também estão ocupadas.
Em São Sebastião, cerca de 20 alunos passam a noite dormindo em barracas, mas durante o dia o número é bem maior, como atesta Beatriz Meneses, estudante de letras e língua portuguesa, de 18 anos. “É uma ocupação com estudantes do ensino médio, de licenciatura e técnicos, porém muitos deles são menores de idade e ainda não possuem a autorização dos pais para pernoitar aqui. Portanto, eles participam das atividades durante o dia, apenas”, ressalta. Está sendo montado um cronograma com atividades extracurriculares.
Assim como em centenas de escolas pelo país, a ocupação é provocada pela conjuntura política atual como a PEC 241 (congelamento de investimentos em saúde e educação para os próximos 20 anos), a MP 746 (reforma do ensino médio), o PL 131 (que retira recursos do pré-sal para a educação) e a Lei da Mordaça. A estudante afirma que a ocupação tem amplo apoio da comunidade escolar. “Os professores em grande maioria nos apoiam, os pais dos alunos também, inclusive alguns deles trazem comida pronta para a gente comer, pois ainda não conseguimos autorização para trazer gás aqui para escola, para fazermos nossa própria comida”, aponta.
Rafael Siqueira, professor de filosofia do IFB, afirma que os anseios dos estudantes são os mesmos que os dos professores do Instituto. “Nós estamos com um indicativo de greve, que foi votado na última sexta-feira (14). A nossa greve será deflagrada na próxima quarta-feira (19), respeitando o prazo das 72 horas. E nossa pauta de reivindicação é a mesma dos estudantes, a nossa questão salarial até ficou em segundo plano. Pararemos contra a PEC 241, contra a Lei da Mordaça, que tenta impedir que a escola seja um espaço de discussão e contra a MP 746, que destrói a profissão de professor e retira dos alunos o direito de ter uma formação integral”, ressalta.
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O professor aplaude a iniciativa dos estudantes. “As principais vítimas destes projetos são os próprios alunos. Eles se engajaram neste movimento, fizeram a ocupação e agora quem está dando aula são eles”, diz.
A ocupação não tem data para terminar.
Fotos: Tomaz Campos / Sinpro