CEM 414 de Samambaia é desocupado pelos alunos; mobilização se espalha

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Na manhã desta segunda-feira (17), estudantes e professores do CEM 414 de Samambaia fizeram uma assembleia, na qual ficou decidido encerrar a ocupação na instituição de ensino, que já durava 14 dias. Mas ao contrário do que possa parecer, a ocupação foi um sucesso e o próximo passo é espalhar a mobilização para outras escolas do DF. “Desocupar para ocupar” é o lema dos(as) alunos(as).
“A ocupação acabou se tornando um curso de formação de lideranças. Outras escolas precisam ser ocupadas, algumas já estão articuladas, mas precisam de um ‘empurrãozinho’ e é isso que vamos fazer. É uma saída estratégica, estamos saindo de uma escola para ocuparmos mais dez. Ocuparemos o que for necessário para defender a educação”, afirmou Isabella Pereira, uma das líderes do movimento.
Gabriel Magno Cruz, diretor do Sinpro, acompanhou a assembleia e elogiou a mobilização dos estudantes. “A escola estava ocupada contra os projetos que ameaçam a educação pública no Congresso e contra o governo golpista de Michel Temer (PMDB). A ocupação foi vitoriosa. Foram 14 dias abrindo a escola para a cidade e ocorrendo muitos debates. A decisão de desocupar é para ocupar mais, aumentar a resistência e organizar o movimento, que já se espalhou pelo país. Tivemos uma grande lição de cidadania. O Sinpro apoia e se solidariza com os estudantes”, diz.
Opinião semelhante do professor Freire, que leciona português e espanhol na instituição de ensino. “O balanço que eu faço é o mais positivo possível. Houve, por parte dos alunos, um nível de maturidade muito grande.  Se por ventura, uma parcela da população estudantil do país alcançar essa maturidade política e senso crítico destes estudantes, com certeza o Brasil mudará rapidamente”, afirma.
Na terça-feira (17), a questão da reposição será debatida na escola. O Sinpro defende que os dias de ocupação foram dias letivos (obedecendo a LDB) e que seja realizada a reposição de conteúdo.
Neste momento, três escolas do DF estão ocupadas: IFB de Samambaia, IFB de São Sebastião e o IFB da Cidade Estrutural. No país, já são mais de 500 colégios e universidades ocupados.
Créditos da foto: ECOM / Sinpro