Comerciários vão às ruas de novo em defesa de direitos

Em ato convocado pelo sindicato dos trabalhadores no comércio de materiais de construção do DF (Sintramacon), trabalhadores realizaram uma marcha na principal via do SIA para protestar contra o PL  988/2016 que rouba os direitos dos comerciários em especial. O ato que aconteceu nesta quarta-feira (21) a partir das 10h contou com a participação e apoio  de diversas entidades sindicais como Sindicom, Fetracom e Contracs, que representam categorias do comércio e serviços que são ameaçadas pelo Projeto de Lei.
De acordo com a presidente do Sintramacon/DF, Luciana de Moraes, o PL 988 é mais um dos projetos que roubam Contracs (12)os direitos dos trabalhadores, conquistados com muito suor. “O nosso objetivo é dar continuidade às mobilizações contra este projeto e, principalmente, levar informação aos trabalhadores. Muitos ainda desconhecem  esta ameaça, por isso, estamos realizando um
amplo debate com a categoria.  É preciso que todos se unam para reverter esta situação”, ressalta.
O PL 988, de autoria da deputada distrital Celina Leão (PPS), foi aprovado na Câmara Legislativa do DF e segue para
a sanção do governador Rollemberg. O projeto propõe o funcionamento de comércios aos domingos e feriados sem que seja consultada a Convenção Coletiva de Trabalho, que é fruto de Contracs (7)árduas campanhas e negociações entre trabalhadores e patrões. Assim, transforma domingos e feriados em dias comuns e os funcionários não recebem nenhum tipo
de remuneração ou benefício a mais, previstos
em acordo, pelo trabalho nos dias que normalmente de descanso. Além disso, flexibiliza as escalas de trabalho, sem
ouvir os sindicatos dos trabalhadores e a categoria.  Atualmente, a maioria dos locais realiza escala de um domingo trabalhado e outro não. Com a aprovação do PL podem passar a trabalhar todos os domingos sem folga de fim de semana.
Contracs (5)Para a diretora geral do Sindicato dos Comerciários do DF (Sindicom), Geralda Godinho, o projeto é um desrespeito com a categoria. “Eles utilizam a desculpa de que o PL gera empregos mas isto é uma farsa. O funcionário que realiza as atividades aos domingos é o mesmo que trabalha durante a semana. Esta é apenas mais uma forma de privilegiar o patronal e sobrecarregar o trabalhador, retirando seus direitos conquistados. Isto é revoltante”, afirma.
Segundo o secretário de Administração e Finanças da CUT e diretor do Sindicato dos Empregados no Comércio Atacadista do Distrito Federal (Sindecat), Julimar Roberto, as mobilizações irão se intensificar. “Não vamos parar  por aqui. Toda semana as entidades sindicais se reunirão para elaborarContracs (3) - Cópiaações contra este PL. Estamos organizando também uma possível reunião com o governador Rollemberg para tratar acerca dos prejuízos que este projeto traz para todos trabalhadores”, informou.
E a revolta de quem sentirá na pele os danos se este projeto for aprovado não é diferente. Para Wesley dos Santos, 27, trabalhador no comércio há 6 anos, o PL retira direitos e atrapalha sua vida pessoal. “Cumprimos uma jornada exaustiva durante a semana e ainda querem nos fazer trabalhar aos domingos. Este é um  dia para descansar e passar um tempo de lazer com a família, e não enchendo ainda mais os bolsos dos patrões”, disse.