Avanços para a educação indígena são discutidos em Coletivo

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A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) realiza de hoje (21) até amanhã (22) o Coletivo Indígena da entidade, em Brasília. O objetivo do evento é trocar experiências sobre a educação indígena, suas necessidades e perspectivas, bem como unificar as lutas, sobretudo as relacionadas à educação inclusiva, que respeita as peculiaridades de cada povo.
De acordo com a secretária executiva da CNTE, Claudir Magalhães, além de conhecer a situação da educação dos povos indígenas do país, queremos também discutir e avançar nas propostas de políticas educativas alternativas que contemple esse segmento.
O evento iniciou com a mesa de debate com o tema a “Organização dos povos indígenas na atual conjuntura”, conduzida pelo doutor em educação coordenador do Curso de Licenciatura Intercultural da Universidade Federal de Roraima – UFRR, Jonildo Viana dos Santos.
“O segmento indígena é pequeno, mas possui um grande poder de conquista. A questão não é a quantidade, mas a capacidade de articular ideias e ganhar espaços”, destacou Jonildo.
No período da tarde, os participantes puderam trocar experiências, sobre a educação escolar e a situação dos educadores indígenas nos seus estados.
Professor há 17 anos na Escola Júlio Pereira, localizada na terra indígena Raposa Serra do Sol em Roraima, Leonardo Pereira da Silva falou sobre as dificuldades enfrentadas no seu estado. “A nossa escola tem hoje 269 alunos e muitas vezes para que a aula aconteça, o educador precisa comprar merenda, gás e material do seu próprio bolso, pois os recursos do governo, quando chegam, são insuficientes. Sofremos muito com a falta de recursos e falta de apoio. É necessário ter amor pelo povo e amar a profissão para ser um profissional indígena”.
“A formação de professores precisa ser discutida também, porque ela pode ser uma formação para a colonização e não para manter a cultura e especificidades indígenas. Além disso, é preciso ressaltar que esse coletivo é um mecanismo de fortalecimento, mas precisamos dar as mãos e nos unir a outras organizações e movimentos sociais, não somente indígenas, para que possamos ampliar nossa força”, disse a professora Elisa Urbano Ramos, do Sintepe/PE.
Grupos de trabalho serão organizados no segundo dia de evento, com o objetivo de compartilhar as políticas da CNTE para a organização dos profissionais da educação escolar indígena.
Com informações da CNTE