É preciso pensar a Gestão Democrática como princípio fundamental para uma escola pública de qualidade

 
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Para Dinair Leal Hora (Gestão democrática na escola – 1994), a escola tem uma contribuição indispensável e insubstituível – embora limitada – a dar para a afirmação histórica das classes populares, na medida em que pode favorecer a ampliação da compreensão do mundo, de si mesmo, dos outros e das relações sociais, essencial para a construção da sua presença histórica, responsável e consciente, no exercício da cidadania. Partindo desta concepção e da certeza que a escola tem grande importância na construção de uma sociedade justa e plural, o professor e pesquisador na área de Educação, Erasto Fortes, abriu a 6ª Conferência Distrital de Educação falando sobre Gestão Democrática.
Na primeira mesa deste sábado (25) o professor lembrou a importância de se debater o tema, que busca identificar como os sistemas de ensino dos estados, do Distrito Federal e dos municípios organizaram-se para responder ao ordenamento constitucional que estabeleceu a gestão democrática como princípio do ensino público e em que níveis adaptaram suas legislações e normas, sua estrutura administrativa e seu funcionamento às demandas por participação. Diante de toda complexidade e importância que a gestão democrática tem no sistema de ensino, é preciso pensar o tema como princípio fundamental para a construção de uma escola pública de qualidade.
Para isto, lembra Erasto, é imprescindível a participação da categoria no processo de indicação de diretores, constituição e funcionamento de colegiados, descentralização e autonomia. “Ao falar sobre gestão democrática é importante lembrar que ela está institucionalizada legalmente, mas para isto foi necessária muita luta para que pudesse ser reconhecida como uma conquista da linha pedagógica. Em 1985 tivemos a primeira eleição de diretor no Brasil, que foi no Distrito Federal. Antes disto, em 1956, na Candangolândia, os nove professores da primeira escola pública do DF se reuniram e decidiram que cada um ficaria 15 dias na direção. Isto mostra que que o Distrito Federal é uma unidade da federação vocacionada à gestão democrática”, analisa o professor.
O professor ainda afirma que cabe a todos que fazem parte do processo educativo, buscar mecanismos de mudança frente às novas perspectivas educacionais no que diz respeito à efetivação da gestão democrática nas escolas públicas de todo o país. “Reconheço as dificuldades que ainda temos para implantar a gestão democrática como um todo e por isto é importante considerar quatro princípios: o princípio da participação, da busca de uma autonomia das escolas, do pluralismo e da transparência. Desta forma conseguiremos a gestão democrática que sonhamos e esperamos dentro das escolas”, finaliza Erasto Fortes.