Três escolas públicas do DF lideram ranking de eficiência no país

Na última sexta-feira, a Codeplan divulgou um estudo sobre a eficiência técnica das escolas públicas brasileiras analisando instituições de 5° e do 9° ano do ensino fundamental, utilizando dados do Censo Escolar 2013 (gestão escolar, formação inicial e continuada dos professores/as, estrutura física, etc) e a Prova Brasil 2013. Um dos fatores nesse cruzamento dos dados que fez o índice das escolas no DF se destacar é o Plano de Carreira (Lei n° 5.105/2013), fruto de muita luta do Sindicato e da categoria, que garante o afastamento remunerado do(a) professor(a) para estudo, resultando em uma categoria com ótima formação.
No média geral, o DF ficou em 2° lugar entre as escolas de 5° ano e em 6° lugar em eficiência nas escolas de 9° ano. Apenas 3 escolas entraram no ranking das melhores do 5º ano e nenhuma entre as melhores de 9º ano. A educação pública no Distrito Federal poderia ter resultados ainda melhores, porém o GDF investe pouco em comparação com o que prevê o PDE. Há falta de compromisso do Governo do DF no repasse das verbas para as escolas.
Porém, as 3 escolas de 5° ano que entraram no ranking, conseguiram resultados excepcionais. Elas estão no topo da classificação, como as melhores do país. São elas: Escola Classe 05 do Núcleo Bandeirante, Escola Classe 03 do Paranoá e Escola Classe 106 Norte (Plano Piloto).
“Nós da escola estamos muito felizes. Fazemos um trabalho muito responsável, com a gestão de aprendizagem dos alunos sendo individualizada”, aponta Simone Alves Côrtes, mestre em educação e professora regente das EC 05 do Núcleo Bandeirante.
O Sindicato parabeniza as escolas pelo ótimo resultado e continuará lutando por uma educação cada vez melhor para todos e todas no Distrito Federal.
 
A própria professora Simone escreveu uma nota a respeito, que segue abaixo:
 
Na tarde da última sexta feira, dia 12 de maio foi divulgado pela CODEPLAN um estudo sobre a eficiência técnica das escolas públicas brasileiras traçando um paralelo com o desempenho do DF.  O estudo intitulado “Eficiência técnica nas escolas públicas brasileiras: A situação do Distrito Federal no contexto nacional”, (disponível neste link ), analisou escolas públicas que atendem até o 5º ano e até o 9º ano do Ensino Fundamental e apresentou como parâmetros de análise os resultados da Prova Brasil de 2013 e os do senso escolar do mesmo ano. Do senso escolar, foram considerados aspectos como: gestão escolar, formação inicial e continuada de professores, estrutura física da escola, PPP, dentre outros.
O estudo mostra que o DF está em segundo lugar em eficiência das escolas que atendem o 5º ano, perdendo apenas para o estado de Santa Catarina e em sexto lugar quando considerada a eficiências das escolas do 9º ano.
Como professora da SEDF há 21 anos, posso levantar aspectos interessantes, conhecidos por toda a categoria, que podem explicar o desempenho das escolas do DF. O primeiro deles é o nível de formação dos docentes da secretaria. Hoje sabemos que grande parte dos professores possui formação em nível de pós-graduação lato sensu e não poucos também, stricto sensu. O plano de carreira de 2013 (lei Nº 5015), fruto de muita luta da categoria, que garantiu o afastamento remunerado para estudo, contribuiu sobremaneira para facilitar o processo de formação continuada dos professores do DF.
Quanto à formação continuada devemos ainda considerar a história de luta da categoria pela instituição e manutenção da EAPE, hoje Centro de Aperfeiçoamento dos Profissionais de Educação. A EAPE, com seu corpo docente altamente qualificado, tem corroborado para a formação docente ao longo dos anos. A EAPE, entretanto, vem sofrendo mudanças que devem ser debatidas com toda a categoria, pois, não é uma conquista da qual podemos descuidar, como tantas outras.
A Jornada ampliada é outro aspecto altamente significativo no desempenho do professor. Desde que instituída no DF, os professores gozam de melhores condições de trabalho e de formação.
Colocados aspectos mais gerais do trabalho docente, quero destacar que as três primeiras escolas de 5º ano da lista das vinte escolas públicas consideradas as mais eficientes do Brasil, a partir dos dados de 2013, são justamente escolas do DF, a saber, a Escola Classe 5 do Núcleo Bandeirante, a Escola Classe 3 do Paranoá e a Escola Classe 106 Norte.
Como professora regente da Escola Classe 05 considero importante salientar que existem alguns fatores que colaboraram para o desempenho da instituição, além dos que já foram citados. A minha experiência de alguns anos de atuação na escola como professora regente, coordenadora pedagógica, supervisora pedagógica e gestora me levam a crer que a cultura da UPE de acreditar que TODOS os estudantes tem o direito de aprender é significativamente relevante no sucesso dos estudantes. A comunidade escolar trabalha focada na intenção e na ação para que todos e cada um dos nossos estudantes tenham garantidas as aprendizagens a que tem direito. Outro aspecto marcante é o de a escola valorizar profundamente o tempo e espaço da coordenação pedagógica como fundamentais para o bom desempenho do docente e por consequência, para aprendizagem dos estudantes. Mais um ponto importante é a gestão dos resultados de cada um dos alunos por parte da comunidade escolar. Pelo menos desde 2011, a comunidade escolar faz o controle das aprendizagens alcançadas numa perspectiva de avaliação formativa em que toda a comunidade escolar aprende e se desenvolve.
Por último, quero parabenizar a todos nós, os profissionais das escolas do DF, meus colegas, que lutam e brigam diariamente para fazer uma educação pública de qualidade e a entendem como direito de todos os cidadãos brasileiros e que independente de classificações, fazem EDUCAÇÃO no DF.
Simone Alves Côrtes
Mestre em Educação
Professora regente da
Escola Classe 05 do Núcleo Bandeirante