Alckmin corta bônus de servidores de escolas ocupadas em SP

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) promete prejudicar os trabalhadores da educação caso as escolas do estado não sejam desocupadas. Segundo Alckmin, seu governo não pagará bônus em 2016 aos servidores das escolas estaduais ocupadas – o número subiu para 174 na quarta-feira (25). Como no estado de São Paulo a meritocracia está instalada e há pagamento de bônus aos professores, o governo joga a obrigação de retirar os estudantes das escolas ocupadas nas costas dos trabalhadores, com risco de verem seus salários diminuídos.
Nas unidades ocupadas, não houve ou não foi concluída a aplicação do Saresp, principal avaliação de aprendizagem da rede. A nota dessa prova também é usada para calcular as gratificações dadas a servidores dos colégios que atingem a meta fixada pelo governo.
A Secretaria da Educação do Estado confirmou a decisão. O entendimento é que, sem a nota do exame, não é possível saber se a escola alcançou a meta. A pasta não disse quantos servidores devem ser atingidos pela medida. As escolas ocupadas representam cerca de 3,4% das 5.147 unidades da rede paulista.
Neste ano, o governo pagou R$ 1 bilhão em bônus a 232 mil servidores da educação estadual. Em 2015, porém, os professores da rede não tiveram reajuste salarial. A secretaria alegou restrições orçamentárias, por causa da crise econômica do País.
 
Protestos
A ocupação de escolas começou há 17 dias, após o governo anunciar o fechamento de 94 colégios – parte de uma reforma da rede. A ideia dessa reorganização, diz a secretaria, é aumentar o número de unidades com apenas um dos três ciclos (ensino fundamental 1, fundamental 2 ou médio). Em 2016, mais 754 escolas passarão a ter ciclo único. Hoje, 1.143 já funcionam nesse modelo.
Nos últimos dias, manifestantes contrários à reorganização tomaram até escolas que não serão afetadas pela reforma da rede. É o caso da Escola Plínio Negrão, na Vila Cruzeiro, zona sul, ocupada por 40 alunos.
O receio dos estudantes é de que, com o remanejamento de alunos na região, a escola fique com turmas superlotadas. Já a secretaria tem afirmado que não haverá salas cheias após as mudanças.
Nessa unidade, a ocupação ainda interrompeu uma obra de R$ 1,4 milhão. O reparo começou a ser feito há cerca de um mês e envolvia grande parte das instalações do colégio, como quatro salas de aula e um banheiro.
No primeiro dia da ocupação, os pedreiros conseguiram trabalhar, mas houve bate-boca com os alunos após um dos funcionários ter quebrado o cadeado colocado por eles para “proteger” o colégio de estranhos. Por isso, os operários foram barrados no segundo dia. Parte do colégio ainda está tomada por poeira, cimento e outros materiais.
Com informações da UOL