Bancada federal irá negociar com GDF soluções imediatas para pagamento dos atrasados

A Bancada Federal da capital do país no Congresso Nacional decidiu intervir no impasse entre a categoria docente e o Governo do Distrito Federal (GDF). Na reunião realizada na tarde desta terça-feira (24), os parlamentares deliberaram por buscar uma reunião com o Tesouro Nacional para agilizar o trâmite da Antecipação de Receita Orçamentária (ARO) e uma interlocução com o governador Rodrigo Rollemberg a fim de sensibilizá-lo a encontrar outras soluções factíveis para pagamento imediato dos salários atrasados.
O debate sobre a situação de não pagamento dos salários da Educação, da Saúde e de outras categorias ocorreu durante a primeira reunião deste ano da Bancada Federal , realizada no Plenário 9 da Câmara dos Deputados, com a participação dos senadores Reguffe (PDT) e Hélio José (PSD) e dos deputados federais Érika Kokay (PT), Izalci Lucas (PSDB) e Roney Nemer (PMDB). Os demais parlamentares enviaram representantes.
Durante o debate, a maioria dos parlamentares entendeu que o pagamento integral e imediato pode ser resolvido com vontade política e que, por isto, o grupo irá buscar o governador Rollemberg.  A proposta da bancada federal busca materializar o remanejamento de 25% do Orçamento com valores ilimitados para pagamento de pessoal, conforme definido no Orçamento do GDF do ano passado.
O deputado federal Roney Nemer (PMDB) informou que quando era deputado distrital, no mandato passado, e foi relator da Comissão de Orçamento na Câmara Legislativa, em 2014, foi aprovado o remanejamento de 25% e que, para pagamento de pessoal, o GDF teria liberdade de fazer esse remanejamento até mesmo nas mudanças e instituições de novos cargos.
“Tudo o que fosse para pagamento de servidor foi aprovado de maneira que o GDF podia mexer de forma ilimitada. Portanto, essa decisão é política. Sei que o governo tem alegado que não tem recursos, mas há uma decisão política. E nós, enquanto deputados federais, colocamo-nos à disposição para que, se ele decidir politicamente que de lá ele não tem como retirar recursos para pagamento e que na área federal tem, estamos dispostos a isso até porque em março e abril a receita do GDF aumenta consideravelmente. O que não pode é ficar com esse discurso de que a culpa é do servidor”, afirma Nemer.
“É uma questão de deslocar uma determinada receita para esta finalidade e, quando a ARO sair, cobrir esse remanejamento”, completou Érika Kokay. Ela declarou que achou estranho o governo do DF judicializar a paralisação da categoria docente. “Se tem alguém que tem de responder à Justiça é o GDF que não pagou os salários. Dizer que vai entrar na Justiça contra os educadores e educadoras que estão paralisados porque não receberam os seus salários é muito grave”, afirmou.
“Quando lidamos com as lutas da Educação, elas invadem o conjunto da cidade. É impossível pensar em qualquer luta, manifestação de educadores que fique nos limites da própria escola. Portanto, estamos lidando com a política que é a mais fundamental para a construção de uma sociedade mais justa, mais igualitária. Assim, as carreiras da educação paralisadas representam um impacto no conjunto da sociedade”, finaliza Kokay.
A comissão de negociação do Sinpro-DF informou aos parlamentares que o sentimento da categoria é o de que falta decisão política porque em dois meses de governo, com todos os problemas encontrados, não se pode continuar transferindo o problema para a classe trabalhadora. O que o GDF fez foi obrigar a categoria docente a pegar empréstimos em cima de empréstimos bancários. Enquanto responsável por isto, que se busque solução financeira e política para essa situação.