Insatisfeitos, trabalhadores dos Correios debatem calendário nacional de lutas no dia 4

O Conselho de Sindicatos dos trabalhadores dos Correios de todo o Brasil (Consin) e a Fentect, federação da categoria, aprovaram um calendário de mobilizações para pressionar a Empresa Brasileira de Correios-ECT a apresentar propostas de PLR e outros benefícios favoráveis à categoria. Os sindicalistas se reuniram nessa terça-feira (25) no Consin, em Brasília, que acontece anualmente e já está na 15ª edição.
O Sintect se posicionou contra o calendário de mobilização propondo indicativo de greve nacional a partir do dia 5 de dezembro, como já havia sido aprovado em assembleia pela categoria do Distrito Federal. A maioria do conselho e a federação, contudo, foram contra o indicativo.
“Nós estamos insatisfeitos com essa posição da nossa Federação; não podemos esperar a boa vontade da empresa; precisamos pressionar mais incisivamente para que a empresa pare de enrolar e agilize a resolução dos problemas”, afirma a presidente do Sintect-DF, Amanda Corcino.
O Sintect-DF levará à categoria as deliberações do Consin em assembleia que será realizada no dia 4 de dezembro. O Sindicato também irá propor na ocasião a aprovação de uma carta de insatisfação dos trabalhadores do Distrito Federal e entorno, que será enviada à Fentect, criticando os encaminhamentos, considerados ineficientes, da entidade nacional.
PLR e adicional de periculosidade
Durante o Consin, os principais temas discutidos pelos sindicalistas foi a Participação de Lucros e Resultados-PLR e o adicional de Periculosidade para categoria.
A Fentect orientou a categoria a rejeitar a proposta de pagamento da PLR apresentada pela ECT dia 18/11. A proposta da ECT vai contra o Acordo Coletivo de Trabalho-ACT da categoria, que prevê pagamento da PLR de forma anual e linear. A empresa pede que o pagamento seja feito de forma trianual, além de impor um valor mínimo de R$ 614 e um máximo de R$ 711 a ser pago aos funcionários como PLR. Segundo informações do Sintect-DF, a empresa alegou na reunião de negociação no Tribunal Superior do Trabalho-TST ter um déficit de R$ 150 milhões. O Sindicato questionou os números apresentados e reforçou que o pagamento deve ser feito conforme estabelecido no ACT da categoria.
Outro tema discutido no Conselho dos Sindicatos foi o adicional de periculosidade de 30% para a categoria conforme prevê a lei 12.997/14 que está em vigor desde outubro. Os trabalhadores ainda não usufruíram do direito.
Segundo o corpo jurídico da Fentect, a ECT entrou com ação no Tribunal Superior do Trabalho-TST solicitando a substituição do Adicional de Atividade de Distribuição e Coleta-AADC pelo adicional de Periculosidade.
A presidente do Sintect-DF, Amanda Corcino, diz que a solicitação da empresa “é um absurdo”. “Um adicional é totalmente diferente do outro. Não podemos ganhar o adicional de periculosidade como prevê a lei, e perder o adicional de atividade que está no nosso acordo coletivo. São duas coisas distintas. Por isso precisamos dos dois”, avalia.
Neste sentido, o Sintect-DF e a Fentect também entrarão com uma ação no Tribunal Superior do Trabalho-TST, requerendo acumulação dos adicionais.
O calendário de lutas da categoria terá mobilizações durante o mês de dezembro, e encerrará com a Plenária Nacional, que acontecerá nos dias 20 e 21 de janeiro de 2015 com a participação de toda categoria para novos encaminhamentos. A Plenária será realizada com representantes de todo o país em Brasília.