Artigo: "Agora é a hora das mulheres", de Eliceuda Silva França

Quando fui convidada para colaborar com o Jornal Quadro Negro com a temática de gênero, logo me empolguei, afinal, estamos vivendo um momento rico da nossa história. Mas gosto de desafios e diante desse exercício democrático, no qual, pela primeira vez na nossa história, três mulheres – Dilma, Marina e Luciana –  se colocam como candidatas a presidentas do Brasil, reafirmam nossa luta por uma maior participação das mulheres nos espaços de poder e decisão.
“Sim, nós podemos!” Lembram quando Dilma, durante a campanha de 2010, respondeu a uma menina se mulheres poderiam ser presidentes? Essa afirmação marcou nossas vidas. Há quatro anos ela ecoou como um grande desafio e nos fez ter a certeza de que estamos no caminho certo, rumo a uma sociedade por igualdade de direitos e de oportunidades, se contrapondo ao machismo que ainda tem lugar privilegiado nos espaços de poder.
A vitória de Dilma Rousseff, como a primeira mulher a ocupar o cargo de presidenta do Brasil, foi um passo importante para consolidar a história de luta das mulheres brasileiras pelo direito de participação na vida política do nosso país. Mas o caminho ainda é longo. Precisamos de uma reforma política que promova maior representatividade, com paridade nas representações. Temos a tarefa de lutar e cobrar os governos a criar políticas públicas que promovam o enfrentamento à violência, como a Lei Maria da Penha. Para garantir a autonomia das mulheres é necessário, dentre outros aspectos, ampliar a  política de creche pública e de escola em tempo integral e promover o  acesso das  mulheres à educação, como alternativa de empoderamento. Esse “rebuliço político eleitoral” é fascinante. Somos uma nação democrática. Por isso, devemos ter a responsabilidade de eleger mulheres e homens comprometidos com a luta do povo brasileiro, reafirmando o compromisso com a democracia. E nós, educadores e educadoras, precisamos discutir essa temática com nossos(as) estudantes.
Nessa eleição de 2014, o instrumento mais forte que temos é o voto. Com ele, vamos fortalecer a luta pela democracia e por igualdade de direito e de participação entre homens e mulheres. Vamos respeitar nossa história. A luta continua!
*Eliceuda Silva França é Diretora da Secretaria para Assuntos e Políticas para as Mulheres Educadoras do Sinpro