Sinpro doa mais de 600 kg de alimentos para creche e abrigo de soropositivos

Na tarde desta sexta-feira (11), a Diretoria do Sinpro fez a entrega dos alimentos arrecadados com os participantes da 1ª Corrida e Caminhada do Sinpro. A categoria se mobilizou e o Sinpro recebeu mais de meia tonelada de mantimentos. As beneficiadas com as doações foram a Creche Alecrim, na Cidade Estrutural, e a Associação Fraternidade Assistencial Lucas Evangelista (Fale), no Recanto das Emas.
A primeira entrega dos mantimentos foi realizada na Creche Alecrim. Cerca de 300 kg de alimentos serão utilizados na alimentação de 120 crianças que frequentam a creche, que sobrevive a base de doações e sem contar com qualquer ajuda governamental.
Segundo a fundadora da creche, Maria de Jesus, as necessidades vividas pelo abrigo das crianças são inúmeras. A começar pelo aluguel do espaço, R$ 1,8 mil, e devido a carência das mães que utilizam o espaço. Todas são catadoras e, a maioria, são mães solteiras.
Maria de Jesus diz que a creche nasceu de uma promessa, feita quando sua filha adoeceu. No começo, segundo ela, seu marido bancava quase todas as despesas, até que faleceu. As dificuldades ficaram ainda maiores. Mas Maria de Jesus não desistiu e junto com 17 mães da comunidade cuida das atuais 120 crianças.
A creche necessita de quase tudo. Qualquer tipo de doação será bem-vinda, diz Maria de Jesus. Alimentos (entre eles a carne), material de limpeza, gás de cozinha, roupas, etc podem ser doados através do telefone: 9396-3746.
FALE
A segunda entrega dos mantimentos, outros 300 kg, foi feito no abrigo Fale. A instituição abriga atualmente de 170 a 180 pessoas, sendo todos os adultos portadores do vírus HIV e algumas das crianças também. A instituição foi fundada por Jussara Santos há 19 anos, quando ela veio de Uberlândia para Brasília acompanhando seu marido.
O abrigo, na verdade, uma comunidade no Recanto das Emas, também sobrevive apenas de doações, sem qualquer auxílio governamental. Várias casas simples, uma cozinha e um refeitório compõem a comunidade. O dia a dia do abrigo é organizado pelos próprios hóspedes. Como no caso de Neco, um dos coordenadores, que chegou ao abrigo há 13 anos.
Depois de ser contaminado pelo vírus e perder a autoestima, Neco perambulou pelas ruas, usou drogas e quase morreu, até que encontrou a Fale e pode recomeçar sua vida. Hoje, ele auxilia na administração da comunidade, readquiriu o prazer de viver e reconstituiu a família.
Também com grandes dificuldades financeiras, o abrigo necessita de qualquer tipo de doação, principalmente materiais de construção, alimentos, produtos de limpeza e roupas. Jussara Santos diz que as roupas servem tanto para vestir os abrigados como também para manter o bazar da comunidade, que auxilia a cobrir as despesas. Para doações à Fale, os contatos podem ser feitos pelos fones: 3331-3556, 9555-5200 ou 9278-5771 (falar com Neco ou Silma).
“O envolvimento da diretoria do sindicato, de toda a categoria e dos familiares foi fantástico, agradecemos a todos e todas que colaboraram. E certamente em 2015 faremos um evento melhor ainda”, comemora Marco Aurélio Rodrigues, diretor do Sinpro.