Da Ghama fala sobre a importância do enfrentamento e combate ao racismo

Paulo Da Ghama, ou Da Ghama, como é carinhosamente conhecido e reconhecido, é compositor, cantor, guitarrista e fundador do grupo de reggae mais famoso do Brasil na década de 90, o Cidade Negra. Há alguns anos ele optou pela carreira solo e, à sólida carreira de artista, somou o engajamento na luta antirracista, utilizando a música para reafirmar a singularidade dos povos africanos representados pelos trabalhadores e trabalhadoras que vivem nos morros e favelas.
Durante o Encontro do Coletivo de Combate ao racismo, realizado nos dias 29 e 30/08 em Curitiba-PR, Da Ghama foi palestrante e debateu sobre a importância da implementação da Lei 10.639. Confira a breve entrevista.
P: Além de artista, você é militante. Pode nos contar um pouco sobre a sua trajetória?
R: Eu comecei muito cedo, ainda no início da minha carreira, mas não de forma institucional. O grupo Cidade Negra estava em formação quando conheci o MNU (Movimento Negro Unificado) e suas lideranças. Estamos falando de aproximadamente 25 anos, e só há 2 anos me filiei formalmente ao movimento. Mas os temas do movimento negro sempre estiveram comigo e a relação de amizade com toda a militância faz parte da minha formação e me ofereceu o caminho para escrever minha poesia.
P: Na sua visão, qual o papel dos educadores no enfrentamento e combate ao racismo?
R: O principal papel do educador e da educadora é limitar sobre a questão da Lei 10.639. Ela existir é uma vitória, mas ela tem que funcionar pra valer. Acredito que é fundamental insistir, batalhar e mostrar aos estudantes a importância dessa lei e o porquê dela existir.
P: E que mensagem você gostaria de deixar para o Coletivo de Combate ao Racismo da CNTE?
R: Minha mensagem para esse Coletivo maravilhoso, é que sigamos firmes, em frente, porque a luta é nossa, não devemos esmorecer. Precisamos da Educação para fazer valer nossa história brasileira, partindo das nossas raízes africanas!