Bancários rejeitam propostas dos bancos

A assembleia geral dos bancários de Brasília decidiu na noite dessa quarta-feira (8), na sede do Sindicato dos Bancários de Brasília, rejeitar as propostas apresentadas pela Fenaban (federação dos bancos), pelo Banco do Brasil, pela Caixa e pelo BRB nas negociações realizadas até agora dentro da Campanha Nacional 2018. Os bancários também debateram a participação da categoria na grande frente de mobilização convocada para a sexta (10), no Dia do Basta em defesa do emprego, das aposentadoria e dos direitos trabalhistas.
Na mesa única, que debate as reivindicações gerais para a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), a Fenaban colocou como proposta de acordo reajustar pela inflação do período (INPC cheio), com vigência por quatro anos, os salários e demais verbas econômicas, como PLR, vales e auxílios.
Uma nova rodada com os bancos está marcada para o próximo dia 17, em São Paulo. “Caso os banqueiros insistam em retirar direitos e não conceder aumento real, não haverá alternativa aos bancários que não seja deflagrar greve por tempo indeterminado”, adverte o presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília, Eduardo Araújo. “Tanto a CCT quanto os acordos coletivos não foram benesses concedidas pelos banqueiros, mas são frutos de longos anos de luta da categoria, que mais uma vez irá resistir para que nenhum direito seu seja retirado – nem pelo governo nem pelos banqueiros”.
Fenaban propõe apenas reposição da inflação por 4 anos. Comando indica rejeição
Negociações específicas travadas
No Banco do Brasil, de modo geral, a proposta apresentada omite algumas cláusulas já existentes no acordo atual, além de alterar outras, sendo que a proposta de alteração mais prejudicial é a que reduz o número de ciclos avaliatórios para descomissionamentos para dois semestres. O BB também não apresentou a proposta de renovação do protocolo de resolução de conflitos, que mantém um canal para as denúncias de assédio moral.
Na Caixa, a direção do banco apresentou uma proposta de renovação do acordo coletivo de trabalho que ignora dezenas de direitos atualmente garantidos pelo aditivo, sem contar que retira a PLR social e acaba com o Saúde Caixa.
As negociações também seguem sem avanços no BRB, marcadas apenas por longas discussões. Na última rodada, mais uma vez, o discurso do banco foi o de rejeitar as reivindicações da pauta específica dos empregados, ou argumentar que algumas delas são inaceitáveis (por se tratarem de prerrogativa da gestão), ou, ainda, de que já está encaminhando ações no sentido de, um dia, atender ao pleito.
Bancários unidos no Dia do Basta
O Dia do Basta é uma iniciativa da CUT e demais centrais sindicais contra os desmandos do governo ilegítimo de Michel Temer, contra a reforma trabalhista, contra as privatizações, contra a Emenda Constitucional 95, que congela os investimentos públicos por 20 anos, contra os aumentos abusivos dos combustíveis, e em defesa do emprego, da aposentadoria e dos direitos trabalhistas.