CNTE se solidariza com ativistas em greve de fome por justiça

Representantes da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) prestaram solidariedade, nesta terça-feira (7), aos ativistas que estão em greve de fome em Brasília (DF) há oito dias. Eles acompanharam os militantes Zonália Santos, Jaime Amorim,Vilmar Pacífico (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST), Rafaela Alves e Frei Sérgio Görgen (Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA), Luiz Gonzaga, o Gegê (da Central dos Movimentos Populares – CMP) e Leonardo Armando (Levante Popular da Juventude) ao Supremo Tribunal Federal (STF), onde o grupo protocolou pedido de audiência com os 11 ministros. Os grevistas estão sem se alimentar em ato a favor da liberdade do ex-presidente Lula e como forma de denúncia da perda da soberania nacional, da volta do mapa da fome no país, do aumento da violência e do golpe contra a democracia.
Para Heleno Araújo, presidente da CNTE, a disposição dos militantes em lutar contra a injustiça da prisão de Lula e as perdas de direitos no país é importante para o povo e os movimentos sociais e sindicais. “São 13 milhões de desempregados no Brasil. Sabemos que o desemprego causa carência de alimento para boa parte da população. Esses companheiros, com disposição de fazer greve de fome contra a fome e pela justiça, merecem nosso apoio. Também é uma causa pela educação”, disse.
Mesmo com alimentação restrita à água e soro e a apresentação de sintomas como fadiga, sono e dores musculares, os manifestantes continuam firmes. Eles têm apoio médico, psicológico e de voluntários, no Centro Cultural de Brasília (CCB), e já receberam visitas de políticos, religiosos, representantes de entidades da sociedade civil e do povo Guarani.
*Manifesto da greve de fome
“Nós, militantes dos movimentos populares do campo e da cidade, ingressamos conscientemente na “Greve de Fome por Justiça no STF”, iniciada no dia 31 de julho de 2018, em Brasília, por tempo indeterminado.
Nossa opção por esse gesto extremo de luta decorre da situação extrema na qual se encontra nossa Nação, com a fome e as epidemias retornando e o desemprego desgraçando a vida de nosso povo.
O que motiva nossa decisão é a dor e o sofrimento dos brasileiros e brasileiras.
Nossa determinação nasce também pelo fato de que o Poder Judiciário viola a Constituição e impede o povo de escolher pelo voto, soberanamente, o seu Presidente e o futuro do país”.
* Texto protocolado, no STF, em 31/7/18.