Dia do jovem trabalhador reabre debates sobre sua participação no meio sindical

Nesta terça (24), comemora-se o dia do jovem trabalhador. A data é uma iniciativa da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e tem como principal objetivo destacar a importância dos novos profissionais no mercado de trabalho. Por outro lado, a comemoração traz consigo uma reflexão sobre a alienação política da juventude e a redução de sua participação nos embates sociais.
Segundo o estudo Tendências Globais de Emprego para a Juventude, divulgado em 2017, pela OIT, 30% dos jovens brasileiros estão desempregados. Esse valor é maior que o dobro da média mundial, que gira em torno de 13,1%, e pode aumentar em 2018.
A partir da consumação do golpe e da aprovação de nefastos projetos, como a reforma trabalhista e a terceirização sem limites, o cenário para os jovens ficou ainda pior: um mercado de trabalho precarizado e muitas incertezas. Além disso, em períodos de crise e baixo crescimento econômico, são eles os primeiros a serem demitidos. Daí é que surge a necessidade da participação do grupo nas lutas sociais e sindicais para reivindicações de melhores condições de trabalho e salários dignos.
De acordo com o secretário-geral da CUT Brasília, Rodrigo Rodrigues, a diminuição da participação da juventude no meio sindical está ligada a uma questão ideológica que envolve o capitalismo. “Não diria que a juventude está despolitizada. Pelo contrário, ela está alienada por uma política capitalista individualista, que também é uma forma de politização. O sindicato é uma entidade que busca trazer soluções para uma categoria de trabalhadores coletivamente. Se a pessoa não acredita na coletividade, tampouco enxergará no sindicato uma entidade que represente interesses que sejam seus”, avalia.
Para Rodrigues, o capitalismo vende o individualismo como uma forma de solucionar questões sociais. “O esforço individual é o que é valorizado e incentivado. Obviamente, o individualismo desdobra-se numa questão política que é a não participação coletiva.”
Quanto à inserção da juventude na luta sindical, Rodrigues acredita que é uma questão complexa e que é preciso enfrentar o debate na sociedade. “É uma disputa de narrativas que deve ser feita. É preciso discutir com trabalhador jovem ainda dentro do processo de formação e buscar formas de inseri-lo nas mobilizações. Não apenas a questão sindical, mas, sobretudo, destacar que é pela organização coletiva que consegue superar as dificuldades”, finaliza.
Fonte: CUT Brasília