FAMA: Conscientizar para preservar

Olhos atentos à tela da TV, que transmitia uma programação sobre preservação dos recursos hídricos. Contato direto com a pluralidade de povos, que lutam diariamente para manter a água como direito fundamental. Cada ensinamento, recebido com grande emoção, ficaria marcado para a vida toda. Esse era o cenário da tenda do Sindicato do Professores do Distrito Federal (Sinpro), no espaço do Fórum Alternativo Mundial da Água (FAMA).
Além de muito debate e trocas de experiências sobre lutas e contra a mercantilização da água, o FAMA levou também a conscientização às crianças. Durante os seis dias de evento, milhares de pessoas transitaram pelo local e, entre elas, centenas de estudantes das escolas públicas do DF.
A professora Selma Senhora, da Escola Classe 303 de Samambaia, trouxe aproximadamente 100 alunos dos quarto e quinto anos para conhecer o espaço e os debates acerca do bem natural mais disputado nos últimos anos. “É importante que nossas crianças compreendam o que está acontecendo politicamente em relação aos grandes reservatórios de água. É aqui, com os povos, que devemos estar”, disse.
No entanto, Selma destaca que, apesar da pouca idade, muitos alunos já têm consciência da relevância da água e das vidas que estão em jogo. “Eu fico feliz quando percebo que as crianças entendem muito mais essa dinâmica do que os adultos. Muitos deles sabem que a água é um bem comum e que há grande movimentação para tirar isso da gente. Fico feliz, também por poder levar esse conhecimento. Como docente, esse é o meu papel”, disse.
Após o encerramento do FAMA, as ações de conscientização nas escolas públicas do DF continuarão sendo desenvolvidas por meio de atividades e dinâmicas diversas.
O FAMA
O FAMA é um espaço formado por representantes de movimentos sociais, ambientais e sociedade civil com o objetivo de contrapor-se ao Fórum Mundial da Água, qualificado como o ‘Fórum das Corporações’, no qual grandes multinacionais, que já dominam 75% do mercado mundial de água, se organizam para pressionar os poderes locais de vários países a privatizar mananciais, empresas públicas de saneamento e abastecimento de água às populações. O evento, que acontece em Brasília entre 17 e 22 de março foi construído desde fevereiro deste em ano pretende reunir mundialmente diversas organizações em defesa da água como direito elementar à vida.