Greve de Fome dos trabalhadores do campo ganha reforço

A greve de fome protagonizada por trabalhadores do campo completa nesta segunda-feira (11/12) sete dias. Para marcar a data, os grevistas voltaram à Câmara dos Deputados, em maior número. Agora, são sete os manifestantes que protestam contra o projeto do golpista Michel Temer.
Aderiram à manifestação Simoneide de Jesus, do Movimento de Pequenos Agricultores (MPA), Rosangela Piovizani e Rosa Jobi, do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC). Elas protestam ao lado de Frei Sérgio Görgen, Josineide Costa e Leila Meurer (MPA), além de Fábio Tinga, do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras por Direitos (MTD).
“É preciso que algumas pessoas passem fome por alguns dias para que a sociedade não passe fome a vida toda”, destacam os grevistas.
Mentira descarada
Mais uma vez o presidente ilegítimo Michel Temer mentiu para a população brasileira ao afirmar que, com as alterações recentes, a reforma da Previdência não vai atingir os trabalhadores rurais.
Pela lei atual, os trabalhadores do campo estão inseridos na categoria “segurados especiais” da Previdência Social. Nesta categoria, a contribuição à Previdência Social é feita a partir da comercialização do que é produzido pelo trabalhador. Entretanto, o governo golpista abre brecha para que seja estabelecida uma taxa fixa de contribuição, o que impossibilitará a aposentadoria de praticamente todos os trabalhadores do campo.
É o que explica Bruno Pilon, do MPA. Segundo ele, a realidade do trabalhador do campo não permite que ele tenha uma reserva mensal para contribuir com a Previdência. “Um trabalhador que planta, por exemplo, colhe apenas duas vezes por ano. Ou seja, tem apenas duas rendas. Como ele vai conseguir contribuir mensalmente”, exemplifica.
Além de terem um motivo específico para lutar contra a reforma da Previdência, os trabalhadores do campo estão na trincheira contra o projeto pelo conteúdo total da proposta temerária. Eles afirmam que a falácia criada pelo governo de que os trabalhadores rurais estão fora do novo texto da reforma da Previdência, tem como objetivo “desmobilizar e dividir a luta e resistência”.
Fonte: CUT Brasília