Representantes dos servidores públicos do DF reagem a parcelamento salarial

O calote de Rollemberg ao funcionalismo distrital parece não ter fim. Depois de vetar inúmeros reajustes e reestruturação de carreiras, o mais recente golpe nos servidores públicos do DF, anunciado nessa terça (22), foi o parcelamento do salário do mês de agosto em duas vezes. A medida é válida para os cerca de 45 mil servidores com remuneração acima de R$ 7,5 mil.
Segundo Rollemberg, os servidores que receberem além do valor máximo estipulado, terão depositados R$ 7,5 mil até o quinto dia útil de setembro e o restante no dia 14 do mesmo mês.
A determinação, por mais nociva e extrema que seja, não surpreendeu os sindicatos que têm base representada no setor público do Distrito Federal. Atentas às ultimas ofensivas do GDF, as entidades têm atuado em unidade para combater os constantes calotes e contrapor o assíduo discurso de déficit orçamentário. Nesse sentido, lançarão no dia 5 de setembro a Frente em Defesa do Serviço Público, que reúne, também, instituições sociais, populares, religiosas, e parlamentares distritais.
Na interpretação do presidente do Sindetran – que representa os trabalhadores do Detran-DF – , Fábio Medeiros, o parcelamento dos salários se converterá em um efeito em cadeia que, consequentemente, atingirá em cheio os serviços prestados à sociedade. “Grande parte da população do DF é formada por servidor ou comerciante. Sem o pagamento em dia, a débil economia vai ficar ainda mais debilitada”.
O dirigente destaca, ainda, que a medida “trata-se de uma estratégia do governo para passar uma ideia de crise, e de que o setor público é o problema”. Assim, ele aponta a mobilização e unidade como forma de barrar o retrocesso. “É preciso que reforcemos nossa unidade e poder de atuação. Os trabalhadores e sociedade não podem pagar por uma má gestão”, disse.
A diretora do Sindicato dos Professores do DF, Rosilene Corrêa, é incisiva quanto às prioridades do GDF. “É evidente a posição do governo. Em suas políticas de ajustes, o serviço público é sempre o mais prejudicado. É inaceitável que, por meio de cortes, trabalhadores e população sejam desrespeitados e afetados”. Rosilene destacou também que Sinpro está articulando ações para contraponto a essa represália.
Já o presidente do Sinder, sindicato dos servidores em Autarquias e na administração pública, André Luis, vê a determinação como sinal claro de que outros parcelamentos virão. Para ele, são tempos preocupantes, que demandam muita mobilização. “O servidor público já labora em condições precárias. Parcelar o seu salário é fragilizar ainda mais suas a prestação de serviços à sociedade. Não há dúvidas de que essa ação é parte do sucateamento do serviço público”, avaliou.
Fonte: CUT Brasília